sexta-feira, 23 de abril de 2010

E-book, o livro sem capa


Jornal do Brasil - RJ, Motoko Rich (The New Yourk Times), em 05/04/2010

Com um número crescente de pessoas migrando para Kindles e outros leitores eletrônicos, e com a chegada do iPad da Apple ao mercado, nem sempre é possível ver o que os outros estão lendo ou mostrar nossos próprios gostos literários.

Não é possível reconhecer um livro pela capa se ele não apresentar uma.
Entre outras mudanças trazidas pela era do livro eletrônico, edições digitais estão acabando com as capas de livros.
É uma perda para editoras e autores, que apreciam propagandas gratuitas dos seus livros impressos. Se uma pessoa reparar nas sobrecapas dos livros que outras pessoas leem no avião ou no parque, ela pode decidir experimentar a leitura.
Até mesmo na era digital, editoras acreditam que livros necessitam de representações gráficas - nem que seja apenas para a campanha de marketing online. Apesar do formato, “todos parecem precisar do que conhecemos como uma capa para identificálos”, diz Chip Kidd, diretor de arte associado da Alfred A. Knopf. Kidd desenvolveu mais de mil sobrecapas para autores.
A indústria musical passou por uma transição semelhante quando aparelhos digitais de música apareceram, mas saiu dessa encontrando novas formas de exibir a arte das capas de CDs em sites onde as músicas são compradas e nas telas de iPods onde elas são executadas.
Editoras já tiveram alguma experiência em adaptar sobrecapas de livros para o mundo digital, já que agora muitas pessoas compram pela internet até as cópias impressas.
- Geralmente recebemos pedidos para aumentar as letras - conta Mario J. Pulice, diretor de criação da subdivisão de comércio para adultos da Little, Brown & Co. - Porque quando está na Amazon, você não consegue ler o nome do autor.
Já que as editoras examinam propagandas direcionadas no Google e outros mecanismos de busca ou sites de redes sociais, elas esperam que uma capa digital continue a melhor maneira de representar um livro.
Alguns leitores esperam que os produtores de aparelhos eletrônicos acrescentem funções que permitam que os usuários espalhem o que eles estão lendo.
- As pessoas gostam de ostentar o que estão fazendo e o que gostam - observa Maud Newton, blogueiro famoso de livros. - Então, consequentemente, haverá uma forma de as pessoas fazerem isso com leitores eletrônicos.
Por enquanto, muitas editoras contam com a influência do Facebook.
- Antes, você podia ver três pessoas lendo um determinado livro no metrô - conta Clare Ferraro, presidente de Viking and Plume, editora do Penguin Group USA. - Agora você se conectará ao Facebook e verá que três dos seus amigos estão lendo o livro.

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