sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A EXISTÊNCIA DE DEUS TESTEMUNHADA PELA CRIAÇÃO

     
O espetáculo do Universo sempre tem impressionado profundamente o ser humano, na variedade de suas belezas e harmonia de sua complexidade, na grandeza de suas distâncias e indecifrabilidade dos seus mistérios. 
     Após contemplar, maravilhado, a grandiosidade da Criação, o salmista Davi exclamou: "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras até aos confins do mundo" (Salmo 19.1-4. ARA).
     Toda a natureza não é mais que o desdobramento da glória de Deus, pois foi criada para ser seu reflexo, um testemunho do poder de suas mãos — é o que está maravilhosamente declarado nos 30 primeiros versículos do Salmo 104. 
     Todos os caminhos que o espírito pensante segue, a partir de qualquer ponto no extenso círculo do conhecimento humano, o conduzem para o centro de todas as coisas, para Deus. 
     Tudo — o Céu, a Terra, o dia, a noite, os astros, os átomos, o oceano e a gota de orvalho sobre a relva — tudo anuncia Deus.
     As pegadas do Criador impressas na Criação são por demais luminosas para que não sejam vistas. O escritor francês Montelet Claudius dizia que não era filósofo, mas nunca atravessava um bosque sem pensar naquele que fizera crescer aquelas imensas árvores; vinha-lhe sempre de longe o pressentimento da existência de um Ser supremo e desconhecido. 
     Sim, pois Deus nunca deixou de dar testemunho de Sua existência: toda a Criação é um livro aberto que em linguagem silenciosa, mas bastante clara, torna visível a nós o Invisível. Este foi um dos argumentos usados por Paulo e Barnabé na cidade de Listra, quando, para provar à população politeísta e idólatra que eles não eram deuses, falaram sobre o verdadeiro Deus: 
     "... o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; o qual nos tempos passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos. Contudo, não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas do céu, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e alegria os vossos corações" (Atos 14.15-17).
     Milhões e milhões de globos celestes a rolar pelos espaços do Universo, descrevendo com incrível rapidez suas gigantescas trajetórias, sem nunca se desviarem dos eternos e invisíveis eixos onde foram colocados, proclamam a glória de Deus. A moderna Astronomia já conseguiu identificar algumas centenas de milhares de sóis, entre a 1ª e a 10ª grandeza. 
     Os grandes sistemas estelares são chamados de galáxias. Cada uma delas pode agrupar de um bilhão a um trilhão de estrelas. Ora, os cientistas calculam que o Universo seja composto de, no mínimo, 10 bilhões de galáxias. Tudo isto proclama a glória de Deus!


A GRANDEZA DO UNIVERSO

     Chama-se Universo "o conjunto de tudo quanto existe (incluindo-se a Terra, os astros, as galáxias e toda a matéria disseminada no espaço), tomado como um todo", segundo a definição do Dicionário Aurélio. A imensidão do espaço celeste está de tal forma acima da noção de distância usada por nós, seres humanos, que metros, quilômetros e milhas tornam-se medidas quase sem significação ou valor quando aplicadas às gigantescas longitudes existentes entre os astros. 
     Por esse motivo, o sistema criado para se medir essas distâncias chama-se ano-luz. Para o leitor ter uma idéia de como esse sistema funciona, basta saber que, em um segundo (exatamente o tempo que nós levamos para fechar e abrir imediatamente os olhos, o chamado "piscar de olhos"), a luz percorre 300.000 quilômetros.
     É por essa razão que, durante as chuvas com trovões e relâmpagos, vemos primeiramente o raio luminoso riscar o céu, e algum tempo depois é que ouvimos o barulho do trovão. Isto acontece porque o som demora muito mais tempo para chegar até nós do que a luz. Enquanto o som percorre 360 metros em um segundo, a luz percorre, no mesmo tempo, 300.000 quilômetros! Pois bem. Apliquemos agora estas informações à grandeza do Universo.
     A Terra está separada do Sol por uma distância de aproximadamente 150.000.000 (Cento e cinquenta milhões) de quilômetros. O mais veloz de nossos foguetes espaciais levaria mais de 10 anos para chegar lá (Caso isso fosse possível. Não é, porque o foguete se derreteria bem antes de chegar lá). 
     Porém, a luz gasta só oito minutos para percorrer esse imenso espaço que nos separa da estrela solar que nos aquece e ilumina! Denomina-se ano-luz a distância cujo percurso a luz leva um ano inteiro para percorrer, viajando à fantástica velocidade de 300.000 quilômetros por segundo! Isto significa percorrer uma distância 63.000 vezes maior que a que nos separa do Sol.
     Um ano-luz tem 9.450.800.000.000 (nove trilhões, quatrocentos e cinquenta bilhões e oitocentos milhões) de quilômetros. Para que se tenha uma idéia do quanto as distâncias no Universo são imensas, basta saber que Alfa do Centauro, a estrela mais próxima da estrela que nos ilumina, ou seja, o Sol mais próximo do nosso Sol, está distante da Terra em cerca de quatro anos-luz. É o nosso vizinho mais próximo!

QUEM CRIOU TANTAS MARAVILHAS?

     Quem criou e povoou de sóis e planetas esse grandioso Universo, cujo tamanho e distâncias estão infinitamente acima de nosso limitado entendimento? Quem deu movimento a esses gigantescos corpos celestes? Quem lhes dotou de ordem e harmonia tais que palavras humanas não conseguem exprimir? Quem foi que lançou os alicerces invisíveis e inabaláveis dos astros, e quem mantém a Terra suspensa sobre o Nada? Quem somos nós diante dessas imensidões, ou onde estávamos quando tudo isto foi criado?
     "Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra?", perguntou o Senhor a Jó, ao longo dos capítulos 38 e 39 do livro que nos relata a história do velho patriarca de Uz. (Leia o artigo "Cientistas norte-americanos tentam responder as perguntas que Deus fez a Jó", publicado neste blog). "Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre o que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?" 
     Sugerimos que o leitor leia diretamente em sua Bíblia esses dois capítulos, cuja beleza e profundidade têm, ao longo dos séculos, conquistado a admiração e a reverência dos maiores estudiosos das grandezas e fenômenos do Universo.

"GENERAL, DEUS EXISTE!"

     Porém, conforme comentou um astrônomo, a maior parte dos seres humanos passa toda a sua vida sem voltar um só instante o pensamento para os grandes mistérios da Criação. 
     Sabe-se que o imperador Napoleão Bonaparte gostava muito de conversar sobre a existência de Deus. Certa vez, durante uma dessas conversas com o general Bertrand, este, que confessava-se ateu, perguntou a Napoleão:
     "Quem é Deus? Será que já o viste alguma vez?"
     Fitando-o calmamente, Napoleão respondeu:
     "General, nunca viste minha inteligência, porém, todas as vezes que presenciaste ou tiveste notícia de alguma das minhas vitórias, acreditaste em mim, e me exaltaste. E que são minhas vitórias diante das obras do Onipotente? Que são meus mais brilhantes feitos de armas diante do movimento das estrelas? Se, observando as ações de um homem, tu o consideras alguém dotado de grande inteligência, porque te negas a reconhecer a existência de um Deus Criador, cujas obras admiráveis estão espalhadas por toda a parte, e dão testemunho de Sua grandeza? General, Deus existe!"
     O grande filósofo grego Aristóteles, esforçando-se para deixar bem claro aos seus alunos ser impossível não reconhecer a existência e o domínio de Deus sobre a Natureza, disse certa vez que aquele que, em cima de um alto monte, vendo passar o exército dos gregos, tendo à frente os cavaleiros em seus cavalos, seguidos pelos carros de guerra e os combatentes a pé, será obrigado a pensar que alguém deve estar à frente, comandando aquela multidão de guerreiros. 
     Do mesmo modo, quem vê no mar um navio deslizando sobre as águas, sabe que existe um piloto a bordo, que o conduzirá ao porto de forma segura. Assim também aqueles que erguem os olhos para o céu e veem o Sol seguir seu curso do oriente para o ocidente, e toda a frota das estrelas em perfeita harmonia, certamente procurará saber quem é o Criador desses corpos celestes, pois jamais aceitará que tantas e tão perfeitas maravilhas estejam abandonadas e à deriva no céu, e sejam obra do acaso.
     Esse Criador é Deus. "Quão grande é Deus, quão grande é Deus" — dizia Ampere (1775-1836), o cientista descobridor da eletricidade — "e quão pouco é o que nós sabemos sobre ele!" Alguém já disse sabiamente que o mais alto conhecimento que podemos ter de Deus nesta vida, é saber que ele está sempre acima de tudo o que pensarmos a seu respeito.

OS HOMENS SERÃO INDESCULPÁVEIS

     Deus existe desde a eternidade, é a origem da Vida; tem a Vida em si mesmo. O Universo e tudo o que nele há foram chamados à existência pela sua onipotência, segundo o supremo modelo de sua sabedoria e bondade.
      "Que é todo esse mundo visível (perguntou o inspiradíssimo teólogo espanhol Luís de Granada) senão um grande e maravilhoso livro que vós, Senhor, escrevestes e oferecestes aos olhos de todas as nações do mundo, tanto de gregos como de bárbaros, tanto de sábios como de ignorantes, para que nele todos estudassem e conhecessem quem vós sois? Que serão, portanto, todas as criaturas do mundo, tão formosas e tão bem formadas, senão como letras divididas e iluminadas, que declaram o primor e a sabedoria do seu Autor?... 
     "E por vossas perfeições serem, Senhor, infinitas, e como não podia haver uma só criatura que as pudesse representar todas, foi necessário criar-se muitas, para que assim, a pedaços, cada uma por sua parte nos declarassem algo de tuas perfeições."
      As Escrituras Sagradas mostram que aqueles que se negam a reconhecer a existência de Deus, mesmo tendo os olhos do entendimento voltados para as suas inumeráveis obras, serão indesculpáveis. 
     É o que argumenta o apóstolo Paulo no primeiro capítulo de sua Carta aos Romanos, cujos versículos 19, 20 e 21 são considerados a base da chamada "Teologia natural" defendida pelo apóstolo: 
     "... visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis. Pois tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes seus raciocínios se tornaram fúteis, e seus corações insensatos se obscureceram."
     Comentando esta passagem de Romanos, o grande pregador grego do século IV, João Crisóstomo, perguntava:
     "Deus então chamou os pagãos à viva voz? Decerto que não. Contudo, ele criou algo capaz de chamar a atenção mais do que as palavras. Ele colocou o mundo criado no centro, e deste modo podem o sábio e o ignorante, o grego e o bárbaro remontar do simples aspecto das coisas visíveis até Deus."
     A verdade é que a capacidade natural que permite ao ser humano reconhecer a existência de Deus a partir do testemunho da Criação atrofia-se pouco a pouco naqueles que se negam a usá-la. 
     O coração endurecido dessas pessoas, cujo maior objetivo na vida é gozar de tudo o que de perecível o mundo lhes oferece, não tem interesse algum em adquirir qualquer conhecimento acerca do Deus soberano que reina sobre todas as coisas.
     Porém, o fato de essas pessoas deixarem que essa capacidade natural de reconhecimento da existência do Criador se atrofie, por falta de uso, não significa que elas, apesar de possuírem um coração endurecido, não tenham sido dotadas dessa capacidade. Todos os seres humanos a possuem, e é por isso que muitos terão de responder diante de Deus por esse desconhecimento, conforme escreveu o apóstolo Paulo.
     Não poderíamos concluir este artigo sem citar uma belíssima oração do grande teólogo protestante francês Fénelon, e um belíssimo poema do nosso grande poeta romântico fluminense, que morreu aos 21 anos, Casimiro de Abreu. Em primeiro lugar, eis o texto sublime de Fénelon:
     "Meu Deus! Se tantos homens não te descobrem nesse belo espetáculo que lhes dás da Natureza inteira, não é que estejas tão longe deles. A tua luz resplandece nas trevas, mas as trevas são tão densas que a não compreendem. Manifesta-te em toda parte, mas em toda parte os homens, por descuidosos, não te veem.
     "Toda a Natureza fala de ti, e tece louvores ao teu santo nome, mas os homens, voluntariamente surdos, nada ouvem. Eles achar-te-iam, ó doce luz, ó eterna beleza sempre antiga e sempre nova, ó fonte de delícias, ó fonte de vida pura e bem-aventurada de todos os que vivem verdadeiramente... eles achar-te-iam, se te procurassem. 
     "Vivem de ti, mas sem pensar em ti. Adormecem no seio paternal e, cheios de sonhos mentirosos que os agitam no dormir, não sentem a mão poderosa que os ampara. A ordem e a beleza que derramas sobre a face das tuas criaturas é para eles como um véu que encobre os seus olhos doentes de incredulidade.
     "Ó miséria, ó noite espantosa que envolve os filhos de Adão! O homem só tem olhos para ver sombras, e a verdade parece-lhe uma miragem! O que nada é, é tudo para ele, e o que tudo é, nada lhe parece!
     "Ai da alma ímpia que longe está de ti, sem esperança, sem eterna consolação. Porém, feliz é aquela que te procura, que suspira, que tem sede de ti; e mais feliz ainda é aquela sobre a qual brilha a luz da tua face, cujas lágrimas a tua mão enxugou, cujos desejos o teu amor já cumpriu. 
     "Quando será, Senhor, o belo dia claro e eterno em que tu hás de ser o Sol, e em que banharás os nossos corações na plenitude de tua presença e glória? Nós, os que te servimos e adoramos, vivemos suspirando por este dia."
     
E para encerrar, eis o encantador poema de Casimiro de Abreu:

NADA É MAIOR QUE DEUS

     Eu me lembro! eu me lembro — Era pequeno 
     E brincava na praia; o mar bramia. 
     E, erguendo o dorso altivo, sacudia

     A branca espuma para o céu sereno.
     E eu disse à minha mãe nesse momento:
     "— Que dura orquestra! Que furor insano!

     Que pode haver maior do que o oceano, 
     Ou que seja mais forte do que o vento?" 
     Minha mãe a sorrir olhou pros céus

     E respondeu: " — Um Ser que nós não vemos 
     É maior do que o mar, que nós tememos, 
     Mais forte que o tufão! Meu filho, é — Deus!"

domingo, 26 de dezembro de 2010

Um Buscador de E-books em PDF

via http://www.nomundoenoslivros.com



Pessoal uma maneira mais prática para acharmos os e-books que nos interessam é oferecido pelo sitehttp://www.mega-pdf.com.


Este site vai direto ao assunto é simples e direto, e quando você faz sua busca todos os resultados já vem com um botão de download para cada um dos arquivos encontrados na pesquisa.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Portal do Software Público & propriedade comum


Em 1937 um economista inglês chamado Ronald Coase, que já ganhou o Prêmio Nobel de Economia, fez as seguintes perguntas: “por que as firmas existem?” e “existem limites para o crescimento das firmas?”
Podem parecer perguntas óbvias, mas creio que muitos bons profissionais, sejam eles empresários ou administradores públicos, não saberiam responder a esta pergunta.
O próprio Coase respondeu à primeira pergunta usando a expressão “marketing costs”: o mercado não funciona sem custos, que são, resumidamente:

(1) o custo de busca da contra-parte; 
(2) o custo de redação do contrato; 
(3) o custo de monitoramento do cumprimento do contrato; e 
(4) o custo de acionamento do contratado no caso de quebra do contrato.


As firmas existem para minimizar estes custos. A segunda resposta, resumidamente, vem a reboque da primeira: se uma firma cresce demais ela tende a se tornar um mercado e volta a ter os tais “marketing costs”.
Mais tarde o professor Oliver Williamson, um ex-aluno de Coase, detalhou melhor os tais “marketing costs” (ou custos de funcionamento do mercado) e deu a eles o nome de custos de transação.
Oliver Williamson recebeu no ano passado (2009) o Prêmio Nobel da Economia justamente pelos seus estudos sobre os limites da firma. A professora Elinor Ostrom compartilhou este Nobel com o professor Williamson por seus estudos sobre o que o anglo-saxão chama de “commons”, que pode ser traduzido em português para propriedade comum. Elinor Ostrom foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel de Economia. Quem quiser conferir é só ir aqui.
O leitor deve estar perguntando: “o que isso tem a ver com o portal do software público?” A resposta é simples e vou explicar baseado nos dois primeiro custos de transação: o de busca da contra-parte e o de redação do contrato.
Um portal é um mecanismo de visibilidade e de hospedagem na Internet. Ele tem um endereço na Internet que corresponde a um local onde são colocadas informações direcionadas a um determinado assunto, de maneira que quem visita o portal possa encontrar as informações de que necessita, além de hospedar arquivos que tenham relação com os assuntos tratados no portal.
Evidentemente um portal não vai ter todas as informações, mas ele auxilia na busca, reduzindo o custo delas. E numa época onde tempo e atenção são ativos muito preciosos (o concorrente está a um clique do mouse) qualquer redução nos custos de busca já é um tremendo ganho.
A abordagem concorrencial do parágrafo anterior faz muito sentido quando nos referimos ao mercado, à propriedade privada. Aí acontece um impasse: o portal do software público não é propriedade privada, mas sim propriedade do Governo Federal, ou seja, é propriedade pública.
Vem à tona, neste instante, uma aparente controvérsia, pois são oferecidos serviços de software pelo próprio Governo Federal e por empresas privadas num portal do Governo Federal e, ainda por cima, gratuitamente.  Será que haveria tal controvérsia a oferta fosse feita por um portal privado? Provavelmente não.
Acreditamos que a controvérsia não é em relação ao portal do software público, mas ao que ele divulga e hospeda: propriedade comum. Software público é propriedade comum. Mas o que é propriedade comum?
Bem, já existem definições muito precisas de propriedade privada e propriedade pública. Não há dúvidas quanto a isso. A novidade é que está em curso a (re) criação de uma terceira definição de propriedade, a propriedade comum, que não é privada nem pública e, ao mesmo tempo, privada e pública.
Escrevemos (re) criação, pois a propriedade comum já existia no tempo dos romanos, com o nome de res communes. Ela é construída pelo Estado e pela Sociedade e protegida pelos dois. Esta definição lembra o título de uma música dos Titãs: “Tudo ao mesmo tempo, agora!”.
Deste modo, Estado e Sociedade têm o direito de auferir os benefícios advindos dela. Como ainda está em curso toda uma discussão sobre a regulamentação desta propriedade comum que é o software público, ela ainda causa espanto (ou mesmo preocupação) a quem está fortemente ligado ás definições tradicionais de propriedade pública e propriedade privada. Isso é natural.
Voltando á análise dos custos de transação, atentemos para palavra “regulamentação” do parágrafo anterior. Pode-se facilmente notar que o portal do software público também está sendo usado como um ponto de encontro para a redação de uma espécie de licença de uso do software público brasileiro, a licença pública de marca.
Existe até um cronograma para isso que está no próprio portal. Ou seja, esta licença está sendo escrita pelo Estado e pela Sociedade. O portal é um instrumento para minimizar o custo da redação da licença pública de marca, que nada mais é do que um contrato. Eis que chegamos à redução do segundo custo de transação: redução do custo de redação do contrato, baseado no rateio do custo por todos os envolvidos na redação dele, que são o Estado e a Sociedade, o público e o privado. A partir do uso do portal, bem entendido.
É Importante dizer que não há qualquer obrigatoriedade de qualquer propriedade, seja pública, seja privada, ser tornada comum. A propriedade comum é apenas mais uma definição de propriedade que se agrega às já existentes: propriedade pública, propriedade privada e propriedade comum. No caso específico do portal do software público, até onde sabemos, ninguém foi obrigado a hospedar o seu software lá ou tem qualquer privilégio por ter feito isso. Tudo foi feito de maneira voluntária.
O portal, inclusive, favorece à aplicação do Princípio Jurídico da Igualdade na Economia: tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais, isto é, suprindo as deficiências (no caso, de divulgação e de redação contratual) aos pequenos que se cadastram no portal como prestadores de serviços, afinal o software é público. Isso é fomento público à concorrência.
Esperamos que este texto auxilie nas análises de custo x benefício tanto do mercado quanto do serviço público, do valor do portal do software público brasileiro, pois é isso que se propõe a ser: um ponto de encontro para aqueles que buscam soluções para seus problemas de tecnologia da informação a baixos custos. Sejam eles públicos ou privados.

Algumas referências bibliográficas: 
Coase, R. H., (1937), “The Nature of the Firm”. Economica 4 (16): 386-405.

Coase, R. H., (1960), “The Problem of Social Cost”. Journal of Law and Economics 3: 1-44.
Williamson, O. E., (1985), The Economic Institutions of Capitalism, New York: The Free Press.
Ostrom, Elinor (1990). Governing the Commons: The Evolution of Institutions for Collective Action.  New York: Cambridge University Press.
Uma pequena falta de modéstia, se me permitem:
Soares, M.V.B., (2007) “Nem privado, nem publico: o software livre e o emergir da propriedade comum”, Conferência Internacional de Software Livre 3.0, Badajoz, Espanha. Disponível em aqui.

* Marcus Vinicius Brandão Soares é aluno de doutorado na COPPE-Sistemas / UFRJ, membro do IBDE - Instituto Brasileiro de Direito Eletrônico e do GEDEL - Grupo de Pesquisas da Escola Judicial do TRT de Minas Gerais "Justiça e Direito Eletrônicos".

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cinco telas de El Lissitzky








Lazar Markovich Lissitzky (Лазарь Маркович Лисицкий), ou El Lissitzky (Эль Лисицкий) (23 de novembro de 1890 – 30 de dezembro de 1941) foi artistadesigner gráfico,fotógrafotipógrafoarquiteto e professor. Fez parte da vanguarda russa, seu trabalho influênciou a Bauhaus, o construtivismo e o De Stijl.
Com seus trabalhos, propunha uma atitude construtiva que buscava uma aproximação das abordagens metafísica do suprematismo e materialista do construtivismo russo.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Transforme seus e-books para o formato E-PUB


Aprenda como alterar os livros digitais em PDF, PDB ou qualquer outro formato para o padrão EPUB utilizado pelo iPad e vários modelos de e-reader.

Com o crescimento do mercado de leitores digitais, editoras e fabricantes buscam um formato padrão para a publicação de livros eletrônicos. Em um processo semelhante ao que ocorreu na música durante a década de 1990 – quando o MP3 se sagrou o principal formato de arquivo de áudio –, hoje você encontra e-books nos mais diversos formatos.
Caso você ainda não tenha começado a ler em plataformas digitais, que tal começar? O Baixaki tem este artigo mostrando as diversas opções disponíveis – mesmo sem gastar dinheiro com um leitor dedicado.
Seja para um aplicativo no seu telefone ou notebook, para um leitor como o Sony Reader ou oCOOL-ER, ou para o novíssimo Apple iPad, o formato EPUB é a melhor escolha para seu livros digitais. Metadados, imagens, anotações e marcadores de página são apenas algumas das vantagens do formato.
Amazon KindleMesmo quem já tem uma biblioteca digital – contemplando formatos como PDB, LIT, MOBI e até mesmo PDF – só tem a ganhar com a conversão dos livros para aquele que provavelmente será o formato padrão da indústria de e-books.
Ainda que muito maior do que já foi, o mercado de livros digitais só chegou para o grande público recentemente, com o lançamento do Kindle. Isso significa que não existem muitas ferramentas disponíveis – ainda – para se trabalhar com esse tipo de material.
Felizmente, para organizar a sua biblioteca e também converter arquivos entre diversos formatos – inclusive PDF e EPUB – você já encontra, aqui mesmo no Baixaki, uma excelente opção de aplicativo gratuito, o Calibre.
Pré-requisitos
Para realizar a conversão você precisa ter instalado em seu computador o Calibre, que você pode baixar clicando no link abaixo:
Clique aqui para baixar o Calibre para Windows
Vale lembrar que o Calibre também está disponível para Mac e Linux, então qualquer que seja o seu sistema operacional favorito, você pode utilizá-lo.
Além disso, você deve ter algum livro em PDF. Para o tutorial será utilizado o livro “As Minas de Salomão”, de H. Rider Haggard, disponível em domínio público e obtido através do siteManyBooks.net. Apenas lembrando que o ManyBooks já oferece também versões em EPUB, porém como este artigo trata de conversão a partir do PDF, este será o formato baixado no site.
O processo é o mesmo para qualquer outro arquivo – em PDF ou não –, porém livros com diagramações mais complicadas, ou com muitas imagens, podem apresentar problemas de leitura após a conversão para EPUB.
Passo a passo
1. Configurando o Calibre
Ao abrir o Calibre, algumas configurações básicas são requeridas. O programa pergunta sobre o idioma que você deseja utilizar no Calibre e o diretório no qual pretende guardar sua biblioteca.
Escolha do equipamento de leitura
Depois de definir essas informações, o wizard do software pergunta qual dispositivo você utiliza para a leitura. Apesar de permitir configurar diversos leitores específicos – e-readers, smartphones e iPad/iPhone (com o aplicativo Stanza) – uma opção igualmente válida é manter o aplicativo em Default, garantindo o suporte básico para qualquer aparelho.
2. A biblioteca
Adicionar livrosColocar livros na biblioteca do Calibre é fácil e rápido. Para isso, basta clicar no botão de “Adicionar livros” e escolher o arquivo que você pretende incluir. Para organizar melhor a sua coleção – que pode chegar a milhares de títulos rapidamente, se você pesquisar bastante – vale a pena também editar os metadados de cada livro.
3. Convertendo o texto
Depois de acertar toda a informação adicional do livro incluído, pode-se convertê-lo para uma grande variedade de formatos. Entre todas as extensões possíveis, entretanto, a mais versátil é a EPUB.
Depois de clicar no botão “Converter eBooks”, uma janela de configurações abrirá. Para uma conversão básica não é necessário – em teoria – alternar nada.
Entrada e saída
No alto da janela de conversão existem duas listas de seleção: “Input format”, que deve estar preenchida com o formato do arquivo de origem – PDF no caso –, e “Output format”, que deve estar em EPUB. Caso não seja esse o formato, basta selecioná-lo na lista.
As diversas seções existentes na coluna esquerda abordam características técnicas do e-book em EPUB, porém apenas algumas são realmente relevantes para quem não está publicando livros, e sim os convertendo para uso pessoal.
Edição de metadados durante a conversão
A primeira seção – “Metadados” – permite a edição de metadados do arquivo de destino baseada na informação do arquivo de origem. Todas as alterações feitas no passo 2 deste tutorial serão transmitidas automaticamente para o arquivo EPUB.
Look & Feel
Preferencialmente não altere nada na seção “Look & Feel”, já que aqui se ajustam características de tipografia. Uma vez que praticamente todo leitor tem ajustes internos a partir do padrão, configurar essas informações de forma errada pode prejudicar o resultado final do e-book convertido.
Page setup
Em “Page Setup”, escolha o perfil de saída (“Output profile”) mais indicado para o seu aparelho de leitura. No caso de telefones celulares ou para leitura no próprio computador, prefira o perfil padrão (“Default Output Profile”).
Structure detection
“Structure detection” só deve ser alterado por quem sabe bem como foi criado o arquivo original, uma vez que trabalha com informações de imagens, cabeçalhos e rodapés através de comandos e códigos.
Todo e-book convertido apresenta um índice de conteúdo (table of contents).
Table of contents
Esse índice pode ser gerado automaticamente – caso o arquivo a ser convertido não apresente a tabela de capítulos – ou aproveitando o índice do original. A seção “Table of Contents” apresenta configurações desse índice.
PDF Input, EPUB output e DebugNas seções “PDF Input” e “EPUB Output” você pode fazer poucas escolhas a respeito do arquivo original e do resultado da conversão. Na seção sobre EPUB, a primeira caixa de seleção, se marcada, força a criação de um único arquivo – que carrega mais lentamente, mas mantém melhor a integridade do texto –, enquanto a segunda caixa exclui a criação de uma capa padrão para livros que não apresentem uma imagem na página inicial.
“Debug” se refere a problemas de conversão e serve para registrar eventuais falhas no processo, que podem ser corrigidas alterando configurações de conversão, ou para envio aos desenvolvedores do Calibre, para a correção da programação.
Leitura digital
Pronto! Agora seu livro já está formatado para o provável padrão dos e-books. Para conferir a conversão, você pode utilizar o próprio visualizador do Calibre, ou enviar o livro para o dispositivo de leitura de sua escolha.