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domingo, 17 de agosto de 2014

Assista de graça o documentário sobre o ativista Aaron Swartz

Lembra que no início de maio nós divulgamos em primeira mão o trailer legendado de “The internet's own boy”, o documentário sobre a vida do ativista Aaron Swartz? Pois é, agora o filme já saiu e está disponível para download!
E não podia ser diferente né? Swartz foi um dos ícones na luta pelo conhecimento livre e foi preso e processado por baixar artigos acadêmicos. Aos 26 anos o norte-americano se suicidou, após ser condenado a 35 anos de prisão e a uma multa de US$ 1 bilhão. Até hoje ele é lembrado por aqueles que lutam para difundir cultura e informação de forma livre e universal.
O filme de Brian Knappenberger retrata a vida e a luta de Swartz, que  foi um dos criadores do feed de notícias RSS (aos 13 anos), fundou o Reddit e participou do processo de criação do Creative Commons.
“The internet's own boy” foi viabilizado por meio de financiamento coletivo e lançado no último dia 27. Para assistir o filme completo acesse aqui o Internet Archive

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Espionagem: como as agências de inteligência de EUA e Inglaterra coletam dados?



Documentos divulgados pelo ex-funcionário da inteligência americana Edward Snowden sugerem que o governo americano realizou operações de vigilância em massa em todo o mundo - incluindo em seus países aliados. As acusações fizeram com que o comitê de inteligência do Senado prometesse rever o modo como a maior organização de inteligência do país - a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) - realiza as operações.

Saiba o que se sabe até agora, de acordo com os documentos "vazados", dos principais métodos utilizados pela agência.

1. Acesso a informações de empresas de tecnologia

Em junho de 2013, os documentos divulgados pelo jornal Washington Post revelaram como a NSA têm acesso a diversas grandes empresas de tecnologia pela "porta dos fundos".


A agência tinha acesso aos servidores de nove empresas de internet, incluindo Facebook,GoogleMicrosoft e Yahoo, para monitorar comunicações online como parte de um programa de vigilância chamado Prism.

Os documentos afirmam que o projeto deu à NSA - e ao serviço de inteligência britânico GCHQ - acesso a e-mails, chats, informações armazenadas, chamadas de voz, transferências de arquivos e dados de redes sociais de milhares de pessoas.

No entanto, as empresas negaram que tivessem oferecido "acesso direto" a seus servidores para a agência.
Alguns especialistas também questionaram o poder real do Prism.


O professor de perícia digital Peter Sommer disse à BBC que o acesso pode ser mais semelhante a uma "portinha de cachorro" do que a uma "porta dos fundos" - de modo que as agências de inteligências pudessem acessar os servidores somente para coletar inteligência a respeito de um alvo específico.

2. Extração de dados de cabos de fibra óptica

Ainda no mês de junho, mais documentos do serviço de inteligência britânico publicados pelo jornal The Guardian revelaram que a Grã-Bretanha extraía dados de cabos de fibra óptica que transportam comunicações globais e compartilhava as informações com a NSA.

Os documentos diziam que o GCHQ tinha acesso a 200 cabos de fibra óptica, o que dava ao órgão a capacidade de monitorar até 600 milhões de comunicações todos os dias.


As informações sobre o uso de internet e telefone eram supostamente armazenadas por até 30 dias para que fossem filtradas e analisadas.

GCHQ se recusou a comentar as acusações, mas disse que sua obediência à lei era "escrupulosa".

Em outubro, o jornal italiano L'Espresso publicou acusações de que aGCHQ e a NSA alvejaram três cabos submarinos que terminavam na Itália, para interceptar dados comerciais e militares.

Os três cabos, na Sicília, se chamavam SeaMeWe3, SeaMeWe4 e Flag Europe-Asia.

3. Escuta em telefones

Em outubro, a mídia alemã afirmou que os Estados Unidosgrampearam o telefone da chanceler alemã Angela Merkel por mais de uma década - e que a vigilância só acabou há alguns meses.

A revista Der Spiegel, também citando documentos revelados por Edward Snowden, sugeriu que os Estados Unidos tinham acesso ao telefone de Merkel desde 2002.

Os documentos citados pela revista dizem que uma unidade de escuta ficava dentro da Embaixada americana em Berlim - e que operações semelhantes aconteciam em outras 80 cidades pelo mundo.

O jornalista investigativo Duncan Campbell explica em seu blog como áreas com janelas fechadas, visíveis do lado de fora dos prédios oficiais poderiam na verdade ter "janelas de rádio". Estas janelas externas - feitas de um material que não conduz eletricidade - permite que sinais de rádio passem e cheguem até os equipamentos de coleta e análise dentro dos edifícios.

Der Spiegel disse que a natureza do monitoramento do celular de Merkel não estava clara nos documentos divulgados.

No entanto, relatos posteriores afirmaram que dois dos telefones da chanceler haviam sido grampeados - um telefone não criptografado usado para ocasiões informais e um aparelho criptografado, usado para o trabalho.

E

De acordo com especialistas em segurança, os sistemas padrão de criptografia dos telefones celulares podem ser vulneráveis porque seus sistemas para "embaralhar os dados" são - em termos de software - separados dos programas utilizados para criar mensagens.

Por isso, é possível que uma operação de escuta se posicione entre o software que faz a mensagem e o sistema de criptografia em cada uma das pontas da conversa - e tenha acesso à informação antes que ela seja criptografada ou depois que é reordenada.

A criptografia de ponta a ponta, que agora é adotada por muitos, preenche esta lacuna ao fazer com que o programa de mensagens faça o "embaralhamento" diretamente. Além disso, muitos destes sistemas compartilham dados em redes fechadas, então muitas mensagens não passam pela internet e só são reordenadas quando chegam ao seu destinatário.

Além do telefone de Merkel, há acusações de que a NSA teria monitorado milhares de chamadas telefônicas de cidadãos alemães e franceses, além de e-mails e chamadas dos presidentes do México e do Brasil.

Reportagens do Guardian também afirmaram que a NSA monitorou os telefones de 35 líderes mundiais depois de ter recebido seus números de telefone de outro oficial do governo americano. Edward Snowden também foi a fonte dos documentos que revelaram estas informações.

4. Espionagem dirigida

Ainda em junho, a revista alemã Der Spiegel afirmou que a NSA teria espionado também os escritórios da União Europeia (UE) nos Estados Unidos e na Europa.


A revista disse ter visto documentos revelados por Snowden mostrando que o país teria acesso a redes de computadores internas da União Europeia em Washington e do escritório da ONU em Nova York.

Os documentos também sugeriam que a NSA realizou uma operação de escuta em um edifício em Bruxelas, onde funcionam as sedes do Conselho de Ministros da UE e o Conselho Europeu.

Pouco depois, em julho, o Guardian disse - citando como fonte outros documentos "vazados"- que um total de 38 embaixadas e missões foram "alvos" de operações de espionagem americanas.

Os países alvejados incluíam a França, a Itália e a Grécia, assim como outros aliados não-europeus dos Estados Unidos como Japão, Coreia do Sul e Índia.

Embaixadas e missões em Nova York e Washington também estariam sob vigilância.

Os documentos, segundo o jornal, detalharam "uma variedade extraordinária" de métodos de espionagem usados para interceptar mensagens. Elas incluíam grampos, antenas especializadas e escutas.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Buscador Bing ganha filtros de busca para imagens com licença Creative Commons

bing

Notícia publicada originalmente em http://canaltech.com.br

Para evitar problemas com o uso de imagens com direitos autorais, o Bing acaba de ganhar novos filtros para a busca de imagens com licença Creative Commons, permitindo que os usuários filtrem sua pesquisa até encontrar imagens que possam ser usadas em outras páginas. 
"Se você é um blogueiro que adora escrever, um professor ajudando seus alunos com um projeto ou uma editora planejando panfletos comerciais, nós tornamos mais fácil e rápido para você procurar por fotos licenciadas para o seu trabalho", escreveu Rizwan Ansary, gerente do programa, em postagem no blog oficial da empresa.
Anteriormente, os usuários tinham que vasculhar por todos os detalhes da imagens para identificar quais poderiam ser usadas em seus projetos, mas com os novos filtros do Bing, eles podem aprimorar sua busca e encontrar apenas os tipos de fotos que desejam. Entre as opções de filtros estão imagens de domínio público; livres para compartilhar e usar; livres para usar comercialmente; livres para usar, modificar e compartilhar; e livres para modificar, compartilhar e usar comercialmente.
Bing imagens Creative Commons
Foto: Divulgação
A Microsoft ainda afirmou que as pessoas que utilizam o Office 2013 poderão ter acesso aos filtros de busca por imagens do Bing a partir de qualquer aplicação do Office, com os resultados mostrando apenas as imagens licenciadas por padrão.



Matéria completa: http://canaltech.com.br/noticia/internet/Bing-ganha-filtros-de-busca-para-imagens-com-licenca-Creative-Commons/#ixzz2YgnKCZuw 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Unicamp lança portal com conteúdo utilizado em aulas


Página já possui mais de 1.300 itens de diversas áreas do conhecimento

Portal e-Unicamp, desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), oferece conteúdo das aulas e ferramenta de acompanhamento online das disciplinas
Portal e-Unicamp oferece conteúdo das aulas e ferramenta de acompanhamento online das disciplinas (Reprodução)
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) lançou, nesta segunda-feira, o portal e-Unicamp, que reúne cerca de 300 animações, 1.000 imagens e 50 vídeos desenvolvidos a pedido de professores para utilização em sala de aula. O conteúdo, disponível gratuitamente na página virtual www.ggte.unicamp.br/e-unicamp/public/, está agrupado em quatro grandes áreas: exatas, tecnológicas e da terra; ciências humanas; artes; biológicas e profissões da saúde. 
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De acordo com a gerente do projeto, Maria Larissa Sanchez, a ideia é compartilhar, por meio desses objetos, o conhecimento gerado na Unicamp. "Queremos também fomentar a página regularmente com novos materiais conforme eles forem aproveitados pelos professores", diz Sanchez. "Já temos cerca de 300 novos conteúdos para serem postados em breve, com a autorização dos professores."

Além disso, o portal e-Unicamp também dá acesso à ferramenta ToolDo - espécie de gerenciador de arquivos educacional utilizado por docentes para montar aulas online e disponibilizar apostilas interativas aos alunos.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Cotação da moeda virtual Bitcoin quebra novo recorde - E você, conhece o Bitcoin?



A moeda virtual Bitcoin alcançou nesta semana o valor de US$ 47,74 (R$ 94,51), o que marca um novo recorde de valorização, de acordo com reportagem do jornal espanhol El Mundo . Atualmente, o valor total de Bitcoins em circulação no mundo gira em torno de US$ 750 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) -- resultado da multiplicação do montante de bitcoins na praça pela atual cotação do Bitcoin nosite MtGox , principal site de negociação da moeda virtual.
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Getty Images
Com valorização forte, moeda virtual pode desafiar moedas tradicionais no futuro, dizem especialistas
O Bitcoin, moeda virtual não atrelada a governos ou bancos, foi inventado em 2009 por um programador identificado pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto, que a chama de “primeira moeda digital descentralizada”. Ao contrário de outras moedas eletrônicas, que existiam só no universo virtual (como o Linden Dollar, do Second Life), o bitcoin é usado para comprar bens reais, como a assinatura de serviços de backup em nuvem ou eletrônicos por meio da internet.
Uma das principais características do bitcoin é o alegado anonimato dos usuários. A moeda não existe de forma palpável, cada transação é somente um código alfanumérico trocado entre quem vende e compra algo. Como não há bancos ou governos centralizando as operações, elas são praticamente impossíveis de serem rastreadas. Alguns especialistas, contudo, afirmam que uma negociação de grande valor poderia ser identificada através da triangulação de informações.
O valor de mercado do Bitcoin subiu 78% nas últimas quatro semanas, passando de US$ 26,77 em 17 de fevereiro para US$ 47,68 neste domingo (17), de acordo com o site MtGox. O motivo da valorização, segundo o El Mundo, seria a compra em massa da moeda virtual por investidores de Malta, país no Sul da Europa. A reportagem não informa qual o objetivo dos investimentos, mas sugere que a valorização possa colocar o Bitcoin em igualdade de valor a moedas reais, como o Euro.
Para conseguir comprar Bitcoins, o interessado precisa baixar um programa que funciona como carteira virtual – ou usar um similar online, em sites como InstaWallet ou MyBitcoin. Depois, já é possível correr para as prateleiras virtuais – com produtos bem reais – de lojas como Bitcoin Harborou Bitcoin Shopping.
De acordo com o El Mundo, mais de 2 mil empresas já aceitam pagamentos por meio de Bitcoins em todo o mundo. No total, cerca de 25 novos bitcoins são criados a cada 10 minutos. "O dinheiro está se reinventando. Os bancos centrais abusaram de seu monopólio ao colocar o dinheiro a serviço de fins políticos e isso a economia não perdoa", disse Thorsten Polleit, economista-chefe da Degussa, ao jornal. "Por isso as moedas virtuais são uma boa alternativa."
Bitcoin no Brasil
Desde julho de 2011, o site brasileiro MercadoBitcoin permite comprar a moeda virtual no Brasil. O valor de mercado da moeda em relação ao Real, que começou em R$ 24 para cada bitcoin, agora está há cerca de uma semana em um valor aproximado de R$ 103 -- maior do que o da cotação do Bitcoin em dólar. Segundo Leandro César, representante do site, o bitcoin é descentralizado, portanto não existe uma cotação oficial. "O preço é sensível à oferta e à procura, além da disponibilidade da moeda em sua respectiva região", afirma. 
De acordo com informações do MercadoBitcoin, atualmente existem cerca de 2,5 mil usuários brasileiros cadastrados no serviço e quase 500 operações de compra ou venda de bitcoins foram realizadas nos últimos 30 dias. O site cobra 0,75% de taxa por operação de compra e venda da moeda. Operações de compra de produtos por meio da internet em geral não são taxadas.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A sua Internet é livre? Livre mesmo? Conheça este documentário


Freenet? é um documentário colaborativo que promove a reflexão sobre o real estado e o futuro das liberdades na Internet. Privacidade, liberdade de expressão, democracia, são apenas alguns dos temas tratados em perspectivas diversas do exercício dos direitos humanos na rede. Tudo tratado em uma produção audiovisual que contará com a participação dos maiores interessados – os internautas.
O corte final ainda não está pronto, mas a equipe já está liberando edições de algumas entrevistas de pesquisa no vídeo “Inclusão Digital?“, abaixo. O melhor: pode também copiar, compartilhar, remixar, porque está licenciado em CC-BY!
trailer e mais informações sobre o projeto podem ser encontrados no site oficial do documentário, http://freenetfilm.org/. Se quiser colaborar com vídeos ou qualquer conteúdo para o documentário, é só postar diretamente no mural da página do Freenet? no Facebook, aqui:https://www.facebook.com/FreenetFilm.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Universidades dos EUA lançam cursos gratuitos na web


Cinco universidades de prestígio dos Estados Unidos criarão cursos online gratuitos para estudantes em todo o mundo através de uma nova plataforma de ensino interativo, chamada Coursera, anunciaram os criadores no dia 18 de abril de 2012. O Coursera vai oferecer mais de 30 cursos universitários no ano que vem através do seu site - www.coursera.org - sobre assuntos que vão desde mitologia grega a neurologia, de cálculo a poesia americana contemporânea. As aulas serão projetadas e ministradas por professores de StanfordPrinceton,Universidade da Califórnia em Berkeley, Universidade da Pensilvânia e Universidade de Michigan.

Os dois fundadores, professores de ciência da computação da Universidade de Stanford, também anunciaram que receberam US$ 16 milhões em financiamento de duas empresas de investimento do Vale do Silício.

Coursera se junta a uma série de projetos online ambiciosos que visam tornar o ensino superior mais acessível e barato. Muitos desses empreendimentos, no entanto, simplesmente publicam palestras inteiras na web, sem nenhum componente interativo. Outros se esforçam para criar novas universidades do zero.

Os fundadores Daphne Koller e Andrew Ng afirmam que o Courseraserá diferente, pois os professores de escolas de prestígio vão ensinar usando o nome de sua universidade e vão adaptar os seus cursos mais populares para a web, incorporando tarefas e exames a aulas em vídeo, respondendo a perguntas dos alunos em fóruns online - e até mesmo, talvez, trabalhando por meio de videoconferência.

Testes de múltipla escolha e de respostas curtas serão avaliados via computador. O Coursera em breve apresentará um sistema de classificação para avaliar trabalhos mais complexos, tais como ensaios ou algoritmos.

Os estudantes não receberão créditos da faculdade. Mas o Courserapode oferecer "certificados de conclusão" ou transcrições mediante pagamento de uma taxa. Uma empresa também pode tentar lucrar conectano empregadores com alunos que tenham demonstrado aptidão em uma determinada área, disse uma porta-voz.

As universidades participantes esperam se beneficiar aumentando a sua reputação no exterior, conectando-se com ex-alunos distantes e, quem sabe, trazendo doações de alunos online agradecidos.

FONTE: Portal Terra

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Projetos de Arquitetura em licença Creative Commons

Imagine que os arquitetos da antiga Roma haviam deixado seus projetos em uma rede de redes para que qualquer pessoa do mundo pudesse utilizá-los? Que Gaudí tivesse registrado as plantas de La Pedrera sem copyright? Quantas cidades teriam se reciclado e remixado o gênio dos grandes arquitetos da humanidade? Na era da sociedade em rede, a arquitetura aberta está se tornando uma realidade. A cultura de código aberto está ganhando terreno no até agora vertical e elitista mundo da construção. E cada vez mais se usam os estudos usando as licenças Creative Commons para suas obras.
O norte-americano Cameron Sinclair, criador do projeto Architecture for Humanity, é um dos grandes visionários da arquitetura aberta. Em entrevista à revista Wired, Cameron detalha assim seu sonho:“Nosso sonho é desenvolver um banco de dados de desenhos, classificados por localização, temas ambientais e arquitetos. Brincando, eu chamei de Open Source Architecture Network. Já estamos trabalhando com Creative Commons vendo como os projetos estão disponíveis gratuitamente em todo o mundo”. Um importante estudo que já está disponibilizando suas obras com a licença Creative Commons é o madrilenho Ecosistema Urbano. Seu Air Tree Commons, para a Expo Xangai de 2010, foi a primeira obra cujo todo o processo foi desenvolvido com o Creative Commons. O estudo holandês OBOM  é outra bandeira em arquitetura aberta.
Mas essa conspiração feliz de licenças abertas, transparência de processos e arquitetura não se limita a estudos cool. O mais interessante é que existem iniciativas mais horizontais e/ou descentralizadas. O projeto Wikihouse.cc tem um objetivo muito menos extravagante, mas infinitamente mais útil: recopila projetos de habitação, plantas, detalhes técnicos com licenças abertas. Qualquer pessoa pode eleger um modelo e lançar-se na autoconstrução, com toda a garantia técnica. Para frisar esta nova e emergente arquitetura aberta, nada melhor que concluir com o projeto PFC de Montera 34, que recopila trabalhos de fim de carreira. Quantas boas idéias são desperdiçadas em uma gaveta? Chegaremos algum dia, se perguntam dentro da Montera 34, a compartilhar os projetos “em aberto”, permitindo a difusão, reutilização e o remix com licenças abertas? Se você pensa sim, passeie pela hashtag do Twitter #pfccommons.
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Nota do Imagens Cristãs: Amados, imaginem um banco de projetos arquitetônicos apenas de Igrejas, seja de grandes, médias ou pequenas dimensões, em licenças abertas Creative Commons... Quantos cristãos não se beneficiariam disto, notadamente aqueles muitos sem recursos para contratar os serviços de arquitetos. Eis uma ideia para os profissionais cristãos, que pode abençoar a muitos! Se cada um oferecer um pouquinho, em breve estará construído um amplo banco de dados. 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PirateBay abre uma categoria para compartilhar objetos reais

http://wwwhatsnew.com/wp-content/uploads/2012/01/captura-41-600x192.jpg
Se você tiver uma impressora de objetos em 3D agora poderá obter modelos desde Piratebay, começando por seu famoso barco que usam como marca.
A nova categoria, Physibles, não tem ainda muito conteúdo, porém permitirá que os usuários compartilhem suas obras para que outros possam baixá-las e imprimi-las em suas casas, obtendo figuras de todo tipo.
No artigo onde o anunciam comentam que, embora estas impressoras não sejam vendidas em qualquer lugar, serão muito comuns nos próximos anos, e eles pretendem estar preparados para a enorme demanda de modelos que existirá.
Para comentar a tecnologia fazem referência a RepRap, a impressora de objetos 3D que pode construir um clone de si mesma (se alguém tiver uma, poderá fabricar outra de forma simples).

domingo, 22 de janeiro de 2012

Carlos Drummond de Andrade: Primeiras crônicas são recuperadas e disponibilizadas a partir desta semana na internet


RIO - Aos 15 anos, um jovem interno do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, publicou seu primeiro texto. "Vida nova" — que saiu no dia 14 de abril de 1918 no jornal "Aurora Collegial" — falava da expectativa da chegada à nova escola, "com a alma povoada de esperanças miríficas e sonhos maravilhosos". Sonhos esses que terminariam em 1919, quando Carlos Drummond de Andrade foi expulso por "insubordinação mental", após discutir com um professor.Foram apenas dois anos de Anchieta, período em que ele escreveu pelo menos dez crônicas. Graças ao esforço de Nelson Bohrer, presidente da Fundação D. João VI, de Friburgo, nove delas foram recuperadas, digitalizadas e estarão disponíveis a partir desta semana no portal www.djoaovi.com.br. Ele teve acesso a exemplares do jornal, feito pelos alunos do colégio entre 1905 e 1922. Vários volumes estavam embrulhados em papel de jornal. Alguns exemplares haviam se rasgado.
— Higienizei, consertei e devolvi tudo recuperado — diz ele, que prefere não revelar como conseguiu o material, guardado pela escola. — Só não foi possível encontrar a crônica "Extraordinária visita", publicada em 10 de junho de 1919. Ou o jornal veio para mim só com as páginas 1, 2, 5 e 6 ou no processo de digitalização foram puladas as páginas 3 e 4, onde estava a crônica.
"Extraordinária visita" descreve um sonho em que aparece o corvo de Edgar Alan Poe. Ele responde com a frase do poema — "Nevermore" — às perguntas do autor sobre seu sucesso nos exames.
Drummond não tinha muito apreço por seus primeiros textos.
— Ele nunca se interessou por eles. Considerava-os infantis demais — diz o poeta, crítico e tradutor Fernando Py, de 76 anos, autor da "Bibliografia comentada de Carlos Drummond de Andrade", que cataloga os textos de 1918 a 1934 e onde cada um saiu publicado.
Mas se estão longe de entrar numa antologia das melhores crônicas brasileiras, seu valor documental, histórico e biográfico é inegável. Ao fazer seu livro, Py listou os nomes das crônicas e as datas em que saíram no "Aurora Collegial".
— Drummond não queria que eu tomasse conhecimento delas. Dei como exemplo Machado de Assis, que teve toda sua bibliografia publicada em 1955. Ele me respondeu: "Eu não tenho a importância de Machado de Assis!" Mas tudo que se refere a ele é interessante.
Nas colaborações para o "Periódico Quinzenal da divisão dos Maiores", como o "Aurora Collegial" se autointitulava, ele assinava Carlos Drummond Andrade, sem o "de". No caso de "Uma noite na Senegambia", de 31 de julho de 1919, anotou CêdêÁ. Às vezes, aparecia "74", referência a seu número como aluno, e 2 ano Ginasial. Em "Uma data", de 17 de agosto de 1919, artigo comemorativo do número 200 do periódico, Drummond fala com simpatia do jornal: "Duzentas alvoradas tingiram de oiro e púrpura o céu friburguense, e duzentas vezes gemeram os prelos para que viessem à luz da publicidade duas centenas de números da ‘Aurora’."
Em nenhuma crônica há sinal de interferência ou de censura da direção do jornal. No entanto, em "Estréia literária", poema de "Fria Friburgo", de 1979, é denunciada a intromissão em pelo menos um de seus textos: "O padre-redator introduziu/ Certas mimosas flores estilísticas/ No meu jardim de verbos e adjetivos." Devia estar se referindo a "Maio", de 30 de abril de 1918, talvez a crônica mais derramada, em que há a mistura de clichês líricos com arroubos "poéticos" que certamente ele renegaria depois: "Há gemidos vagos em toda a natureza", "súbito, a grande voz dos sinos, na altura nevoenta dos campanários", "o bimbalhar sonoro dos sinos, a música álacre dos pássaros, a alegria triunfal do mundo", "a terra reverdece e se adorna de mimosas flores".
Em outro poema, a denúncia é de censura na correspondência: "Não te mando esta carta/ que um padre leria certamente./ E me põe de castigo uma semana/ (e nem tenho coragem de escrever)./ Esta carta é só pensada."
— Ele era censurado ideológica e estilisticamente — diz o professor emérito da Universidade do Porto, o português Arnaldo Saraiva, de 72 anos, sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras.
Fernando Py confirma que os textos eram "deturpados". Mais tarde, Drummond se queixaria de uma emenda: "Um padre introduziu criminosamente, em minha descrição da primavera, a expressão ‘tímidas cecéns’, que me indignou." A passagem pela escola foi citada na "Revista Acadêmica": "Perdi a fé. Perdi tempo. E sobretudo perdi a confiança na justiça dos que me julgavam. Mas ganhei vida e fiz alguns amigos inesquecíveis."
As primeiras crônicas de Drummond, publicadas no "Aurora Collegial", exibem sua erudição precoce, citando o crítico Sainte-Beuve, o filósofo Nietzsche, os sábios de Hélade e a Biblioteca de Alexandria. Mas, de modo geral, abordam temas frugais e variados, como a volta às aulas, a primavera e o mês de maio.
Em "História do pinto pelado", de 25 de maio de 1919, Drummond fala de um pintinho "desprezado dos irmãos e de todos, que vivia uma vida d’isolamento, lá no seu cantinho" e que se imagina pássaro, borboleta, flor ou raio de sol, até que volta à dura realidade, "à sua primitiva pequenez ignorada... Era de novo pinto sem penas".
"Calor, exames e o nariz de Cleópatra", de 30 de setembro de 1919, traz comentários sobre o tempo em Friburgo: "Isto de calor em pleno setembro é uma pilhéria de mau gosto, que nos faz perder o sono e comer consideravelmente menos." Ele também fala do nariz de Cleópatra: "Os apêndices nasais desta senhora desviaram o curso da história do mundo. Ah! Se Cleópatra não tivesse nariz!"
‘Profissão d’encher linguiça’
Em "Conversa fiada", a última delas, de 19 de outubro de 1919, Drummond inaugura, antes de Rubem Braga, a crônica sobre a falta de assunto, que é "cousa rara como carne de vaca na Rússia de hoje". Com autoironia, ele explica que se vê "constrangido a exercer a tristíssima profissão d’encher linguiça". E, como não pode apresentar um "suculento prato de árdua confecção", ele cita a conversa que teve com um vagalume — em "Primavera", de 18 de setembro de 1919, ele já havia falado com um lírio. Aqui, depois de dialogar com o pirilampo, o autor o despacha com humor, por estar com sono, "pois tive aula de latim hoje".
No texto "As prosas colegiais de Carlos Drummond de Andrade", o professor Arnaldo Saraiva diz que há um desnível artístico entre as duas primeiras crônicas, "Vida nova" e "Maio" — que "denunciam a inexperiência e a ingenuidade de um principiante" —, e as restantes, que trazem referências a Eça de Queiroz e são revolucionárias, no sentido de que "reagiam pela justeza, pela medida, pela elegância, pela descontração contra a solenidade, a pompa, o derrame sentimental, o foguetório verborraico dos prosadores da época".
Das dez crônicas, Fernando Py, autor da "Bibliografia comentada de Carlos Drummond de Andrade", diz que somente "Maio" foi republicada, no dia 2 de dezembro de 1979, no jornal "O Estado de S. Paulo". Saraiva incluiu nove delas — não conseguiu ter acesso a "Uma noite na Senegambia" — em sua tese "Carlos Drummond de Andrade: do berço ao livro — Subsídios para a história do modernismo no Brasil", apresentada em 1968 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Mas o material teve circulação restrita.
— A tese não foi impressa porque Drummond não gostaria de ver esses textos juvenis publicados. Ele os desvalorizava — explica Saraiva.
Ele fez 20 exemplares, em edição mimeografada. Ficou com dois, entregou outros para a banca e para o arquivo da faculdade, enviou alguns a amigos e estudiosos e mandou cinco para o Brasil.
— Duas, eu sei que se conservam na biblioteca que era de Plínio Doyle e na de Gilberto Mendonça Teles.
Se nas crônicas não há referências à passagem pelo educandário dos jesuítas, nos 40 poemas de "Fria Friburgo" Drummond abre o verbo para se queixar. Ele relata o que chama de "dois anos jogados fora", traduzidos em trechos ora amargos, ora irônicos, ora sarcásticos. Do triste período escolar, ele teria guardado até o modo de andar com os braços colados às pernas e a cabeça baixa. Foram anos de inadequação e sofrimento. A certa altura, ele pergunta: "Quando termina, se é que termina, o meu exílio?".
Desde o começo, o aluno "74", apelidado de "O anarquista", manifesta seu desassossego. Em "Terceiro dia", já não suporta mais a saudade, o frio, o dormitório que lembra um hospital, o travesseiro que ele ensopou de "lágrimas ardentes", o banho de madrugada no chuveiro gelado. "Mamãe, quero voltar/ Imediatamente/ Diz a Papai que venha me buscar." A saída do colégio se deu de forma brusca, como lembra Saraiva:
— As notas eram lidas em voz alta. Drummond me contou que o professor de português, após a leitura, disse: "Essa nota foi dada por comiseração." Ele respondeu: "Eu não quero nota por comiseração, eu quero uma nota justa."
Segundo Pedro Drummond, neto do poeta, os jesuítas mandaram que se retratasse, senão seria expulso. Ele se retratou — e foi expulso. Drummond se sentiu traído.
— Meu avô disse que foi um ato tipicamente jesuíta. Nos anos 1980, no aniversário do colégio, ele foi convidado, mas recusou: "Não vou voltar a um lugar do qual fui expulso."
Helenio Campos da Silva, que passou 22 de seus 81 anos como professor de biologia do Anchieta, diz que "insubordinação mental" era um termo muito comum na época, referente a um tipo de indisciplina considerado grave. O episódio parece ter deixado marcas também na escola. No livro "Colégio Anchieta 1886/1986", lê-se: "Entre os alunos que se tornaram célebres não podemos omitir os nomes do Dr. Sobral Pinto, Almirante Amaral Peixoto, os senadores Mozar Lago e Artur Bernardes Filho, os Drs. Vilhena de Morais e Bandeira Vaughan, os Padres Gentil e Leonel Franca, Sabóia de Medeiros, Vioti e Aguiar, e tantos outros." Drummond entrou para a categoria "tantos outros".
Nelson Bohrer, presidente da Fundação D. João VI de Friburgo, teve acesso ao material quando começou a digitalizar todo o acervo do Arquivo Pró-Memória, que guarda quase meio século da história da cidade. Ele está digitalizando 1,5 milhão de itens, como os exemplares de mais de 40 jornais diferentes de Friburgo, entre eles o "Aurora Collegial".

Leia os textos do autor e vejas as páginas do jornal 'Aurora Collegial'