sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PirateBay abre uma categoria para compartilhar objetos reais

http://wwwhatsnew.com/wp-content/uploads/2012/01/captura-41-600x192.jpg
Se você tiver uma impressora de objetos em 3D agora poderá obter modelos desde Piratebay, começando por seu famoso barco que usam como marca.
A nova categoria, Physibles, não tem ainda muito conteúdo, porém permitirá que os usuários compartilhem suas obras para que outros possam baixá-las e imprimi-las em suas casas, obtendo figuras de todo tipo.
No artigo onde o anunciam comentam que, embora estas impressoras não sejam vendidas em qualquer lugar, serão muito comuns nos próximos anos, e eles pretendem estar preparados para a enorme demanda de modelos que existirá.
Para comentar a tecnologia fazem referência a RepRap, a impressora de objetos 3D que pode construir um clone de si mesma (se alguém tiver uma, poderá fabricar outra de forma simples).

domingo, 22 de janeiro de 2012

Carlos Drummond de Andrade: Primeiras crônicas são recuperadas e disponibilizadas a partir desta semana na internet


RIO - Aos 15 anos, um jovem interno do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, publicou seu primeiro texto. "Vida nova" — que saiu no dia 14 de abril de 1918 no jornal "Aurora Collegial" — falava da expectativa da chegada à nova escola, "com a alma povoada de esperanças miríficas e sonhos maravilhosos". Sonhos esses que terminariam em 1919, quando Carlos Drummond de Andrade foi expulso por "insubordinação mental", após discutir com um professor.Foram apenas dois anos de Anchieta, período em que ele escreveu pelo menos dez crônicas. Graças ao esforço de Nelson Bohrer, presidente da Fundação D. João VI, de Friburgo, nove delas foram recuperadas, digitalizadas e estarão disponíveis a partir desta semana no portal www.djoaovi.com.br. Ele teve acesso a exemplares do jornal, feito pelos alunos do colégio entre 1905 e 1922. Vários volumes estavam embrulhados em papel de jornal. Alguns exemplares haviam se rasgado.
— Higienizei, consertei e devolvi tudo recuperado — diz ele, que prefere não revelar como conseguiu o material, guardado pela escola. — Só não foi possível encontrar a crônica "Extraordinária visita", publicada em 10 de junho de 1919. Ou o jornal veio para mim só com as páginas 1, 2, 5 e 6 ou no processo de digitalização foram puladas as páginas 3 e 4, onde estava a crônica.
"Extraordinária visita" descreve um sonho em que aparece o corvo de Edgar Alan Poe. Ele responde com a frase do poema — "Nevermore" — às perguntas do autor sobre seu sucesso nos exames.
Drummond não tinha muito apreço por seus primeiros textos.
— Ele nunca se interessou por eles. Considerava-os infantis demais — diz o poeta, crítico e tradutor Fernando Py, de 76 anos, autor da "Bibliografia comentada de Carlos Drummond de Andrade", que cataloga os textos de 1918 a 1934 e onde cada um saiu publicado.
Mas se estão longe de entrar numa antologia das melhores crônicas brasileiras, seu valor documental, histórico e biográfico é inegável. Ao fazer seu livro, Py listou os nomes das crônicas e as datas em que saíram no "Aurora Collegial".
— Drummond não queria que eu tomasse conhecimento delas. Dei como exemplo Machado de Assis, que teve toda sua bibliografia publicada em 1955. Ele me respondeu: "Eu não tenho a importância de Machado de Assis!" Mas tudo que se refere a ele é interessante.
Nas colaborações para o "Periódico Quinzenal da divisão dos Maiores", como o "Aurora Collegial" se autointitulava, ele assinava Carlos Drummond Andrade, sem o "de". No caso de "Uma noite na Senegambia", de 31 de julho de 1919, anotou CêdêÁ. Às vezes, aparecia "74", referência a seu número como aluno, e 2 ano Ginasial. Em "Uma data", de 17 de agosto de 1919, artigo comemorativo do número 200 do periódico, Drummond fala com simpatia do jornal: "Duzentas alvoradas tingiram de oiro e púrpura o céu friburguense, e duzentas vezes gemeram os prelos para que viessem à luz da publicidade duas centenas de números da ‘Aurora’."
Em nenhuma crônica há sinal de interferência ou de censura da direção do jornal. No entanto, em "Estréia literária", poema de "Fria Friburgo", de 1979, é denunciada a intromissão em pelo menos um de seus textos: "O padre-redator introduziu/ Certas mimosas flores estilísticas/ No meu jardim de verbos e adjetivos." Devia estar se referindo a "Maio", de 30 de abril de 1918, talvez a crônica mais derramada, em que há a mistura de clichês líricos com arroubos "poéticos" que certamente ele renegaria depois: "Há gemidos vagos em toda a natureza", "súbito, a grande voz dos sinos, na altura nevoenta dos campanários", "o bimbalhar sonoro dos sinos, a música álacre dos pássaros, a alegria triunfal do mundo", "a terra reverdece e se adorna de mimosas flores".
Em outro poema, a denúncia é de censura na correspondência: "Não te mando esta carta/ que um padre leria certamente./ E me põe de castigo uma semana/ (e nem tenho coragem de escrever)./ Esta carta é só pensada."
— Ele era censurado ideológica e estilisticamente — diz o professor emérito da Universidade do Porto, o português Arnaldo Saraiva, de 72 anos, sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras.
Fernando Py confirma que os textos eram "deturpados". Mais tarde, Drummond se queixaria de uma emenda: "Um padre introduziu criminosamente, em minha descrição da primavera, a expressão ‘tímidas cecéns’, que me indignou." A passagem pela escola foi citada na "Revista Acadêmica": "Perdi a fé. Perdi tempo. E sobretudo perdi a confiança na justiça dos que me julgavam. Mas ganhei vida e fiz alguns amigos inesquecíveis."
As primeiras crônicas de Drummond, publicadas no "Aurora Collegial", exibem sua erudição precoce, citando o crítico Sainte-Beuve, o filósofo Nietzsche, os sábios de Hélade e a Biblioteca de Alexandria. Mas, de modo geral, abordam temas frugais e variados, como a volta às aulas, a primavera e o mês de maio.
Em "História do pinto pelado", de 25 de maio de 1919, Drummond fala de um pintinho "desprezado dos irmãos e de todos, que vivia uma vida d’isolamento, lá no seu cantinho" e que se imagina pássaro, borboleta, flor ou raio de sol, até que volta à dura realidade, "à sua primitiva pequenez ignorada... Era de novo pinto sem penas".
"Calor, exames e o nariz de Cleópatra", de 30 de setembro de 1919, traz comentários sobre o tempo em Friburgo: "Isto de calor em pleno setembro é uma pilhéria de mau gosto, que nos faz perder o sono e comer consideravelmente menos." Ele também fala do nariz de Cleópatra: "Os apêndices nasais desta senhora desviaram o curso da história do mundo. Ah! Se Cleópatra não tivesse nariz!"
‘Profissão d’encher linguiça’
Em "Conversa fiada", a última delas, de 19 de outubro de 1919, Drummond inaugura, antes de Rubem Braga, a crônica sobre a falta de assunto, que é "cousa rara como carne de vaca na Rússia de hoje". Com autoironia, ele explica que se vê "constrangido a exercer a tristíssima profissão d’encher linguiça". E, como não pode apresentar um "suculento prato de árdua confecção", ele cita a conversa que teve com um vagalume — em "Primavera", de 18 de setembro de 1919, ele já havia falado com um lírio. Aqui, depois de dialogar com o pirilampo, o autor o despacha com humor, por estar com sono, "pois tive aula de latim hoje".
No texto "As prosas colegiais de Carlos Drummond de Andrade", o professor Arnaldo Saraiva diz que há um desnível artístico entre as duas primeiras crônicas, "Vida nova" e "Maio" — que "denunciam a inexperiência e a ingenuidade de um principiante" —, e as restantes, que trazem referências a Eça de Queiroz e são revolucionárias, no sentido de que "reagiam pela justeza, pela medida, pela elegância, pela descontração contra a solenidade, a pompa, o derrame sentimental, o foguetório verborraico dos prosadores da época".
Das dez crônicas, Fernando Py, autor da "Bibliografia comentada de Carlos Drummond de Andrade", diz que somente "Maio" foi republicada, no dia 2 de dezembro de 1979, no jornal "O Estado de S. Paulo". Saraiva incluiu nove delas — não conseguiu ter acesso a "Uma noite na Senegambia" — em sua tese "Carlos Drummond de Andrade: do berço ao livro — Subsídios para a história do modernismo no Brasil", apresentada em 1968 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Mas o material teve circulação restrita.
— A tese não foi impressa porque Drummond não gostaria de ver esses textos juvenis publicados. Ele os desvalorizava — explica Saraiva.
Ele fez 20 exemplares, em edição mimeografada. Ficou com dois, entregou outros para a banca e para o arquivo da faculdade, enviou alguns a amigos e estudiosos e mandou cinco para o Brasil.
— Duas, eu sei que se conservam na biblioteca que era de Plínio Doyle e na de Gilberto Mendonça Teles.
Se nas crônicas não há referências à passagem pelo educandário dos jesuítas, nos 40 poemas de "Fria Friburgo" Drummond abre o verbo para se queixar. Ele relata o que chama de "dois anos jogados fora", traduzidos em trechos ora amargos, ora irônicos, ora sarcásticos. Do triste período escolar, ele teria guardado até o modo de andar com os braços colados às pernas e a cabeça baixa. Foram anos de inadequação e sofrimento. A certa altura, ele pergunta: "Quando termina, se é que termina, o meu exílio?".
Desde o começo, o aluno "74", apelidado de "O anarquista", manifesta seu desassossego. Em "Terceiro dia", já não suporta mais a saudade, o frio, o dormitório que lembra um hospital, o travesseiro que ele ensopou de "lágrimas ardentes", o banho de madrugada no chuveiro gelado. "Mamãe, quero voltar/ Imediatamente/ Diz a Papai que venha me buscar." A saída do colégio se deu de forma brusca, como lembra Saraiva:
— As notas eram lidas em voz alta. Drummond me contou que o professor de português, após a leitura, disse: "Essa nota foi dada por comiseração." Ele respondeu: "Eu não quero nota por comiseração, eu quero uma nota justa."
Segundo Pedro Drummond, neto do poeta, os jesuítas mandaram que se retratasse, senão seria expulso. Ele se retratou — e foi expulso. Drummond se sentiu traído.
— Meu avô disse que foi um ato tipicamente jesuíta. Nos anos 1980, no aniversário do colégio, ele foi convidado, mas recusou: "Não vou voltar a um lugar do qual fui expulso."
Helenio Campos da Silva, que passou 22 de seus 81 anos como professor de biologia do Anchieta, diz que "insubordinação mental" era um termo muito comum na época, referente a um tipo de indisciplina considerado grave. O episódio parece ter deixado marcas também na escola. No livro "Colégio Anchieta 1886/1986", lê-se: "Entre os alunos que se tornaram célebres não podemos omitir os nomes do Dr. Sobral Pinto, Almirante Amaral Peixoto, os senadores Mozar Lago e Artur Bernardes Filho, os Drs. Vilhena de Morais e Bandeira Vaughan, os Padres Gentil e Leonel Franca, Sabóia de Medeiros, Vioti e Aguiar, e tantos outros." Drummond entrou para a categoria "tantos outros".
Nelson Bohrer, presidente da Fundação D. João VI de Friburgo, teve acesso ao material quando começou a digitalizar todo o acervo do Arquivo Pró-Memória, que guarda quase meio século da história da cidade. Ele está digitalizando 1,5 milhão de itens, como os exemplares de mais de 40 jornais diferentes de Friburgo, entre eles o "Aurora Collegial".

Leia os textos do autor e vejas as páginas do jornal 'Aurora Collegial'

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Mar Ocidental: um novo blog literário, e de quebra os melhores poemas do Século XX


No quase longínquo ano de 2000, o jornal Folha de São Paulo publicou uma lista elaborada por especialistas, listando o que consideravam ser os melhores 100 poemas internacionais do Século XX

Mas o título deste post fala primeiro de um novo blog literário. Pois bem, criei a pouco tempo um novo blog, o Mar OcidentalO objetivo deste blog é ser uma espécie de revista de literatura, a enfatizar a Poesia, mas com canal aberto para a prosa e as artes plásticas. Um espaço de publicação dos mestres da arte poética de todos os tempos e quadrantes, e ainda traduções, ensaios, notícias literárias, resenhas de livros, etc. Se o blog Poesia Evangélica atém-se a divulgar e promover especificamente a nossa poesia cristã em suas múltiplas formas, este Mar Ocidental tem um caráter mais secular. Um espaço de enlevo e também de aprendizado, terreno fértil para a lavoura de todos os amantes da Poesia, e todos que exercem e aspiram a exercer melhor a arte poiétika. Vale dizer ainda que este é um blog coletivo, onde colaboram muitos outros autores, como J.T.Parreira e Rui Miguel Duarte.


Ah, voltando à referida lista dos melhores poemas: você pode lê-la aqui. E irei publicando os poemas listados, na medida do possível, no blog Mar Ocidental, para deleite dos leitores. Por ora, você pode ler por lá os poemas À Espera dos Bárbaros, de Konstantinos Kaváfis, e o grande A Terra Desolada (The Waste Land), de T.S.Eliot, com razão eleito o melhor poema do século pretérito.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Para ler nas nuvens

http://revistaepoca.globo.com


Os programas para você buscar, comprar, guardar e aproveitar seus escritores preferidos no celular, no tablet ou no computador pessoal


Desde o lançamento do leitor digital Kindle, que catapultou o crescimento do mercado de livros eletrônicos a partir de 2007, a leitura digital tem dividido opiniões. De um lado, há quem defenda a experiência prazerosa de ler no papel, supostamente inimitável pela tecnologia. De outro, entusiastas dos livros digitais desfilam pelas ruas com seus e-readers (os aparelhos de leitura) e exaltam a praticidade dos e-books (as obras digitais). Há, porém, um terceiro grupo, no qual está inclusa a maior parte dos consumidores: aqueles que não se importam o suficiente para defender um dos lados da disputa (ou mesmo comprar um e-reader), mas gostariam de desfrutar as facilidades dos e-books. Desde que não dê muito trabalho. A seguir uma seleção de aplicativos baratos ou gratuitos para desbravar o acervo crescente de livros digitais.
FACILIDADE O editor de livros Paulo Tadeu e seu tablet. Desde que aderiu aos e-books, ele compra mais livros estrangeiros (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)
Os e-readers como o Kindle, da Amazon, oferecem uma experiência mais semelhante à do papel, com telas desenvolvidas para não irritar os olhos. Mas os aplicativos para computadores, tablets e smartphones são opções mais acessíveis para quem não quer investir em um aparelho dedicado para livros. “Optei por um tablet, no lugar de um e-reader, porque ele tem outras funcionalidades, e a leitura é muito confortável”, diz o editor de livros Paulo Tadeu, recém-convertido ao mundo dos e-books.
Outro ponto forte dos aplicativos é a possibilidade de ler o mesmo livro em vários dispositivos (incluindo e-readers), retomando a leitura no ponto anterior. Depois que você começa a ler um livro digital no smarthphone, se abrir a mesma obra no aplicativo do computador, tem a opção de ir para o ponto onde parou. “Uso o iPad de dia, quando estou em algum intervalo no trabalho ou no café”, diz o programador Daniel Filho. “O Kindle, uso em casa, antes de dormir, por proporcionar uma leitura mais confortável.”
Para explorar esse mercado, as principais lojas de livros digitais já criaram aplicativos que funcionam em várias plataformas. Um dos mais populares é o Kindle, da Amazon, que busca reproduzir em outros dispositivos as funções do popular e-reader da empresa. A Apple também disputa o público com o iBooks, que permite comprar e ler livros digitais. Outras livrarias virtuais do Brasil e de outros países aderiram à moda (leia o quadro abaixo). Por enquanto, a tecnologia tem algumas limitações importantes – sobretudo para os leitores brasileiros. Além de lidar com um acervo escasso de livros digitais em português, os usuários do país não têm acesso a alguns dos principais aplicativos do gênero. E muitas livrarias digitais estrangeiras impõem restrições às vendas para o Brasil. Para comprar um livro digital na Fnac francesa é preciso ter um cartão de crédito daquele país. Mas as restrições devem durar pouco: aplicativos como o Kobo, o Kindle e o iBooks já oferecem formas de pagamento mais flexíveis. Dificilmente a tendência será ignorada por outros. O entusiasmo dos usuários e sua disposição para as compras virtuais justificam o esforço. “A oferta de conteúdo aumentou meu volume de leitura. Estou sempre lendo quatro ou cinco e-books ao mesmo tempo”, afirma Paulo.

Conheça os aplicativos de leitura mais populares (E gratuitos!) que podem rodar em várias plataformas (Foto: reprodução)

(Clique na imagem para ampliar)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

James Joyce, Virginia Woolf e diversos outros autores com acervo em Domínio Público a partir de 2012


Veja também a lista de autores que entraram no domínio público em 2010 e em 2011 .