sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Espionagem: como as agências de inteligência de EUA e Inglaterra coletam dados?



Documentos divulgados pelo ex-funcionário da inteligência americana Edward Snowden sugerem que o governo americano realizou operações de vigilância em massa em todo o mundo - incluindo em seus países aliados. As acusações fizeram com que o comitê de inteligência do Senado prometesse rever o modo como a maior organização de inteligência do país - a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) - realiza as operações.

Saiba o que se sabe até agora, de acordo com os documentos "vazados", dos principais métodos utilizados pela agência.

1. Acesso a informações de empresas de tecnologia

Em junho de 2013, os documentos divulgados pelo jornal Washington Post revelaram como a NSA têm acesso a diversas grandes empresas de tecnologia pela "porta dos fundos".


A agência tinha acesso aos servidores de nove empresas de internet, incluindo Facebook,GoogleMicrosoft e Yahoo, para monitorar comunicações online como parte de um programa de vigilância chamado Prism.

Os documentos afirmam que o projeto deu à NSA - e ao serviço de inteligência britânico GCHQ - acesso a e-mails, chats, informações armazenadas, chamadas de voz, transferências de arquivos e dados de redes sociais de milhares de pessoas.

No entanto, as empresas negaram que tivessem oferecido "acesso direto" a seus servidores para a agência.
Alguns especialistas também questionaram o poder real do Prism.


O professor de perícia digital Peter Sommer disse à BBC que o acesso pode ser mais semelhante a uma "portinha de cachorro" do que a uma "porta dos fundos" - de modo que as agências de inteligências pudessem acessar os servidores somente para coletar inteligência a respeito de um alvo específico.

2. Extração de dados de cabos de fibra óptica

Ainda no mês de junho, mais documentos do serviço de inteligência britânico publicados pelo jornal The Guardian revelaram que a Grã-Bretanha extraía dados de cabos de fibra óptica que transportam comunicações globais e compartilhava as informações com a NSA.

Os documentos diziam que o GCHQ tinha acesso a 200 cabos de fibra óptica, o que dava ao órgão a capacidade de monitorar até 600 milhões de comunicações todos os dias.


As informações sobre o uso de internet e telefone eram supostamente armazenadas por até 30 dias para que fossem filtradas e analisadas.

GCHQ se recusou a comentar as acusações, mas disse que sua obediência à lei era "escrupulosa".

Em outubro, o jornal italiano L'Espresso publicou acusações de que aGCHQ e a NSA alvejaram três cabos submarinos que terminavam na Itália, para interceptar dados comerciais e militares.

Os três cabos, na Sicília, se chamavam SeaMeWe3, SeaMeWe4 e Flag Europe-Asia.

3. Escuta em telefones

Em outubro, a mídia alemã afirmou que os Estados Unidosgrampearam o telefone da chanceler alemã Angela Merkel por mais de uma década - e que a vigilância só acabou há alguns meses.

A revista Der Spiegel, também citando documentos revelados por Edward Snowden, sugeriu que os Estados Unidos tinham acesso ao telefone de Merkel desde 2002.

Os documentos citados pela revista dizem que uma unidade de escuta ficava dentro da Embaixada americana em Berlim - e que operações semelhantes aconteciam em outras 80 cidades pelo mundo.

O jornalista investigativo Duncan Campbell explica em seu blog como áreas com janelas fechadas, visíveis do lado de fora dos prédios oficiais poderiam na verdade ter "janelas de rádio". Estas janelas externas - feitas de um material que não conduz eletricidade - permite que sinais de rádio passem e cheguem até os equipamentos de coleta e análise dentro dos edifícios.

Der Spiegel disse que a natureza do monitoramento do celular de Merkel não estava clara nos documentos divulgados.

No entanto, relatos posteriores afirmaram que dois dos telefones da chanceler haviam sido grampeados - um telefone não criptografado usado para ocasiões informais e um aparelho criptografado, usado para o trabalho.

E

De acordo com especialistas em segurança, os sistemas padrão de criptografia dos telefones celulares podem ser vulneráveis porque seus sistemas para "embaralhar os dados" são - em termos de software - separados dos programas utilizados para criar mensagens.

Por isso, é possível que uma operação de escuta se posicione entre o software que faz a mensagem e o sistema de criptografia em cada uma das pontas da conversa - e tenha acesso à informação antes que ela seja criptografada ou depois que é reordenada.

A criptografia de ponta a ponta, que agora é adotada por muitos, preenche esta lacuna ao fazer com que o programa de mensagens faça o "embaralhamento" diretamente. Além disso, muitos destes sistemas compartilham dados em redes fechadas, então muitas mensagens não passam pela internet e só são reordenadas quando chegam ao seu destinatário.

Além do telefone de Merkel, há acusações de que a NSA teria monitorado milhares de chamadas telefônicas de cidadãos alemães e franceses, além de e-mails e chamadas dos presidentes do México e do Brasil.

Reportagens do Guardian também afirmaram que a NSA monitorou os telefones de 35 líderes mundiais depois de ter recebido seus números de telefone de outro oficial do governo americano. Edward Snowden também foi a fonte dos documentos que revelaram estas informações.

4. Espionagem dirigida

Ainda em junho, a revista alemã Der Spiegel afirmou que a NSA teria espionado também os escritórios da União Europeia (UE) nos Estados Unidos e na Europa.


A revista disse ter visto documentos revelados por Snowden mostrando que o país teria acesso a redes de computadores internas da União Europeia em Washington e do escritório da ONU em Nova York.

Os documentos também sugeriam que a NSA realizou uma operação de escuta em um edifício em Bruxelas, onde funcionam as sedes do Conselho de Ministros da UE e o Conselho Europeu.

Pouco depois, em julho, o Guardian disse - citando como fonte outros documentos "vazados"- que um total de 38 embaixadas e missões foram "alvos" de operações de espionagem americanas.

Os países alvejados incluíam a França, a Itália e a Grécia, assim como outros aliados não-europeus dos Estados Unidos como Japão, Coreia do Sul e Índia.

Embaixadas e missões em Nova York e Washington também estariam sob vigilância.

Os documentos, segundo o jornal, detalharam "uma variedade extraordinária" de métodos de espionagem usados para interceptar mensagens. Elas incluíam grampos, antenas especializadas e escutas.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Correios oferecerão e-mail criptografado gratuito à população

Os Correios vão disponibilizar um serviço de e-mail criptografado gratuito para a população brasileira.
O objetivo é evitar espionagem de conteúdo.
Segundo o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, a remuneração da empresa poderia ser feita por meio da venda de anúncios na página, assim como os atuais e-mails gratuitos como Gmail e Hotmail.
"É uma grande oportunidade de negócios do ponto de vista dos Correios. Os correios do mundo hoje não vivem só de cartas, têm que encontrar novas formas de se sustentar," disse Lins.
A ideia surgiu durante o desenvolvimento de um projeto de certificação digital de mensagens, que está sendo feito pelos Correios para oferecer a empresas e pessoas físicas, mediante pagamento.
Lins disse que, apesar de o sistema ter começado a ser estudado antes das denúncias de espionagem de mensagens de brasileiros pelo governo dos Estados Unidos, as notícias recentes podem acelerar o projeto.
A expectativa é que o serviço de correio eletrônico gratuito criptografado esteja disponível para a população até o final deste ano
O sistema está sendo desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
O presidente do Serpro, Marcos Mazoni, defende que o sistema do Serpro é mais seguro por usar infraestrutura própria e software livre, além de ser um e-mail criptografado.
Segundo Mazoni, o Serpro vai fazer o trabalho técnico junto com os Correios.
Caberá ao Ministério das Comunicações fazer uma articulação para potencializar uma infraestrutura capaz de atender à população do país.
O e-mail será gratuito, e o projeto será custeado pelo governo. O sistema deverá ser nos mesmos moldes do serviço de e-mail expresso que já é oferecido pelo Serpro a seus clientes corporativos.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Leia mais (de graça) e “dê ao mundo” o seu livro favorito

unglue-livros
Que tal se juntar a outros fãs de livros para comprar direitos autorais e tornar o acesso a eles grátis? Foi com essa ideia ousada que nasceu o Unglue.it, um serviço de crowdfunding para transformar títulos protegidos em ebooks creative commons.
Lançado em maio do ano passado, o site foi criado para ajudar leitores apaixonados a “descolar” (traduzindo o nome do site) os livros do controle das editoras para ter acesso a obras antigas, esgotadas ou que editoras não se interessem mais em publicar. Mas os autores não saem perdendo com isso! O pagamento aos criadores é feito por meio do financiamento coletivo – e as pessoas que quiserem participar podem doar qualquer quantia.
Se o valor estipulado pelo direito do livro for alcançado, a obra ganhará uma versão em ebook, sob uma licença creative commons. Isso significa que qualquer pessoa pode ler, baixar e compartilhar o ebook livre e legalmente. “Significa dar ao mundo o seu livro favorito”, acreditam os criadores do serviço. Inspirador, não?
O primeiro sucesso da plataforma foi disponibilizar, de graça e com novos recursos, a obra Literatura Oral na África, de Ruth H. Finnegan. Na ocasião, em agosto de 2012, a autora declarou estar maravilhada com a possibilidade de a pesquisa ser lida livremente no continente estudado. Outros livros também foram “descolados” pelo site, como:
O Terceiro Despertar, de Dennis Weiser;
Então Você Quer Ser Bibliotecário, de Lauren Pressley;
Alimentando a Cidade, de Sara Roncaglia, e
Open Access eBooks, de E.S. Hellman.

Entre os livros mais desejados pelos usuários do site estão O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, Uma Breve História do Tempo, de Stephen Hawking, e Revolução dos Bichos, de George Orwell. Quais são os seus livros favoritos que você gostaria que fossem “descolados”? Compartilhe com a gente nos comentários!
Leia também:

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Nove Penas para Sylvia Plath - Mini-ebook de poemas de J.T.Parreira



Nesta pequena coleção de poemas, escritos esparsamente e aqui ora reunidos, J.T.Parreira, o nobre poeta de Aveiro, autor de Este Rosto do Exílio e Encomenda para Stravinsky (dentre outros), traz para o seio de seu verso toda a sua admiração e também espanto em face da poesia, da vida, e mesmo da morte icônica daquela que eu chamaria de a singularidade Sylvia.
      Sylvia Plath (1932 - 1963), poeta e escritora norte-americana, consorte do igualmente poeta e laureado Ted Hughes (Inglaterra 1930 – 1998), foi um dos baluartes da poesia ianque do século XX. Como um Áquiles interior e reverso, Sylvia era uma estranha campeã da Poesia, cuja Tróia estava sita dentro, nas recâmaras de sua alma atormentada. Bela e talentosa, frágil e pulsante, pensar Sylvia é inescapavelmente pensar a Dor; e mais, esta é uma daquelas poetas onde é impossível dissociar-se sua obra de sua biografia. Combateu como pode e versejou como muito poucos, a depressão que desde sempre a assolou, e terminou por levá-la ao suicídio - como um Áquiles exaurido & findo após pavimentar a conquista de sua Tróia, de sua plena expressão poietica.
      Mas Sylvia permanece viva na Literatura e reverberante na vida daqueles a quem impactou, como o leitor verá nesta singela coletânea. É a Poesia que retroalimenta-se para viver.

Sammis Reachers

Para ler online ou baixar pelo site Scribd, CLIQUE AQUI.
Para baixar pelo site 4Shared, CLIQUE AQUI.

domingo, 4 de agosto de 2013

Primeiro “PC Open Source” de arquitetura Intel chega às lojas por US$ 200

Placa-mãe é volta a entusiastas e desenvolvedores de soluções embarcadas. Esquemáticos e design estão disponíveis sob uma licença Creative Commons.
O primeiro “PC Open Source” baseado na arquitetura Intel já está disponível a desenvolvedores interessados em novas aplicações para a arquitetura x86 ou entusiastas interessados em montar seus próprios sistemas.
Batizado de “MinnowBoard”, o PC é na verdade uma placa-mãe desenvolvida em parceria pela Intel e CircuitCo Electronics, uma empresa especializada em placas-mãe Open Source, e começou a chegar às revendas nos EUA neste mês com preço sugerido de US$ 200.
Os esquemáticos e arquivos de design da placa estão disponíveis sob uma licença Creative Commons e podem ser duplicados. A Intel já havia anteriormente compartilhado designs para servidores através do projeto Open Compute do Facebook, mas estes eram voltados principalmente a grandes empresas que projetam e constroem seus próprios servidores. A MinnowBoard, que mede pouco mais de 10 x 10 cm, é o primeiro hardware Open Source baseado na arquitetura Intel projetado para entusiastas e desenvolvedores.
minnowboard-500px.jpg
MinnowBoard: processador Atom de 32 Bits e 1 GB de RAM
Ficha técnica
A MinnowBoard é baseada em um processador Intel Atom E640, um chip de 32 Bits que foi originalmente lançado em 2010, acompanhado por 1 GB de RAM DDR2, uma porta HDMI para conexão a monitores e TVs de alta-definição, uma interface de rede Gigabit Ethernet, portas USB e um slot para cartões microSD para armazenamento removível. Também há oito pinos de GPIO (General Purpose I/O) para comunicação com dispositivos externos.
O firmware da máquina, baseado na especificação UEFI, também é Open Source, possibilitando o desenvolvimento de ambientes personalizados de boot seguro. Entre os possíveis usos da MinnowBoard estão o desenvolvimento e testes de aplicações em sistemas embarcados.
A Minnowboard está disponível em revendas online incluindo a Digi-Key, Farnell, Mouser Electronics e Newark. A Intel e a CircuitCo também estabeleceram um site para uma comunidade online em minnowboard.org, com especificações técnicas e mais informações sobre a placa.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Buscador Bing ganha filtros de busca para imagens com licença Creative Commons

bing

Notícia publicada originalmente em http://canaltech.com.br

Para evitar problemas com o uso de imagens com direitos autorais, o Bing acaba de ganhar novos filtros para a busca de imagens com licença Creative Commons, permitindo que os usuários filtrem sua pesquisa até encontrar imagens que possam ser usadas em outras páginas. 
"Se você é um blogueiro que adora escrever, um professor ajudando seus alunos com um projeto ou uma editora planejando panfletos comerciais, nós tornamos mais fácil e rápido para você procurar por fotos licenciadas para o seu trabalho", escreveu Rizwan Ansary, gerente do programa, em postagem no blog oficial da empresa.
Anteriormente, os usuários tinham que vasculhar por todos os detalhes da imagens para identificar quais poderiam ser usadas em seus projetos, mas com os novos filtros do Bing, eles podem aprimorar sua busca e encontrar apenas os tipos de fotos que desejam. Entre as opções de filtros estão imagens de domínio público; livres para compartilhar e usar; livres para usar comercialmente; livres para usar, modificar e compartilhar; e livres para modificar, compartilhar e usar comercialmente.
Bing imagens Creative Commons
Foto: Divulgação
A Microsoft ainda afirmou que as pessoas que utilizam o Office 2013 poderão ter acesso aos filtros de busca por imagens do Bing a partir de qualquer aplicação do Office, com os resultados mostrando apenas as imagens licenciadas por padrão.



Matéria completa: http://canaltech.com.br/noticia/internet/Bing-ganha-filtros-de-busca-para-imagens-com-licenca-Creative-Commons/#ixzz2YgnKCZuw 

domingo, 7 de julho de 2013

DEUS AMANHECER, novo livro de Sammis Reachers para download gratuito


Amigos, já está disponível para leitura online ou download gratuito, a versão eletrônica de meu novo livro, DEUS AMANHECER.

As 127 páginas deste livro reúnem uma seleção de textos escritos desde minha conversão, em 2005, até aqui. São diversos textos inéditos, somados a outros publicados apenas em blogs e redes sociais, e que configuram o corpo principal deste Deus Amanhecer, acrescidos de uma antologia poética, com textos selecionados de meus quatro livros anteriores (livros que circularam apenas como e-books): Uma Abertura na Noite (2006), A Blindagem Azul (2007) CONTÉM: ARMAS PESADAS (2012) e Poemas da Guerra de Inverno (2012), além de poemas publicados na Antologia Águas Vivas I (2009). 

O livro conta com prefácio do querido poeta lusitano João Tomaz Parreira.

Para leitura online ou download pelo Scribd, CLIQUE AQUI.
Para download pelo 4Shared, CLIQUE AQUI.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Transforme seu smartphone num scanner

Editora Globo


Com o Scanbox, seu celular é capaz de fazer digitalizações de alta qualidade

por Redação Galileu - http://revistagalileu.globo.com
Crédito: Divulgação


Um scanner normal ocupa muito espaço. Como digitalizar documentos de forma rápida, fácil e sem adquirir um trambolho para o escritório? Isso sem falar nas atualizações e no consumo de energia do aparelho. Foi a partir dessa ideia que surgiu o Scanbox - uma caixa que transforma seu smartphone em um scanner.
Através de um orifício para a câmera do celular, o documento é fotografado dentro da caixa, resultando em digitalizações de alta qualidade.
E o espaço ocupado pela invenção? Afinal a caixa da foto parece do mesmo tamanho de um scanner tradicional. Quando está montada, ela realmente é mais espaçosa. Mas o design inovador da Scanbox permite que você simplesmente dobre a caixa quando terminar de usá-la. E o resultado é que ela pode ser dobrada até ficar em forma completamente plana.
Confira o vídeo:
 Via Hypeness

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Unicamp lança portal com conteúdo utilizado em aulas


Página já possui mais de 1.300 itens de diversas áreas do conhecimento

Portal e-Unicamp, desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), oferece conteúdo das aulas e ferramenta de acompanhamento online das disciplinas
Portal e-Unicamp oferece conteúdo das aulas e ferramenta de acompanhamento online das disciplinas (Reprodução)
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) lançou, nesta segunda-feira, o portal e-Unicamp, que reúne cerca de 300 animações, 1.000 imagens e 50 vídeos desenvolvidos a pedido de professores para utilização em sala de aula. O conteúdo, disponível gratuitamente na página virtual www.ggte.unicamp.br/e-unicamp/public/, está agrupado em quatro grandes áreas: exatas, tecnológicas e da terra; ciências humanas; artes; biológicas e profissões da saúde. 
Leia também:

De acordo com a gerente do projeto, Maria Larissa Sanchez, a ideia é compartilhar, por meio desses objetos, o conhecimento gerado na Unicamp. "Queremos também fomentar a página regularmente com novos materiais conforme eles forem aproveitados pelos professores", diz Sanchez. "Já temos cerca de 300 novos conteúdos para serem postados em breve, com a autorização dos professores."

Além disso, o portal e-Unicamp também dá acesso à ferramenta ToolDo - espécie de gerenciador de arquivos educacional utilizado por docentes para montar aulas online e disponibilizar apostilas interativas aos alunos.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Pesquisadores compartilham estudos em defesa da 'ciência aberta'


Jean-Claude Bradley

http://noticias.terra.com.br

Aplicativos online e games são usados por cientistas para compartilhar suas descobertas e acabar com o ambiente fechado dos laboratórios


Enquanto você acessa esta reportagem, pode abrir uma outra aba no seu navegador e acompanhar os estudos antimalária do pesquisador americano Jean-Claude Bradley e seus alunos. Eles compartilham informações sobre tudo o que produzem no programa da Drexel University, na Filadélfia, que tem como objetivo desenvolver compostos orgânicos úteis para a prevenção ou para a cura dessa doença que mata mais de 1 milhão de pessoas por ano no mundo. Além de acessar as pesquisas, você também pode contribuir com mais dados, desde que se inscreva no ambiente on-line.
O pesquisador químico Bradley usa o modelo "wikis" para publicação e compartilhamento. Ele é um dos defensores e praticantes da ciência aberta, que prega a disponibilização das informações em uma rede. É o modelo oposto à pesquisa fechada em laboratórios e mais uma prática que ganha força com a cultura digital.
Uma das instituições que nasceram na esteira dessa cultura, o CreativeCommons – fundado em 2001 nos Estados Unidos com a missão de ampliar o compartilhamento e uso do conhecimento através de licenças que se opõem ao copyright (todos os direitos reservados) tem uma área exclusiva para discutir ciência. Sob a bandeira do Creative Commons Science estão as publicações da Public Library of Science (Biblioteca Pública de Ciências) e das editoras BioMed Central e Hindawi, que são oferecidas gratuitamente aos usuários. Na Public, todos os artigos publicados trazem sinopse escrita para o público não especializado. Um esforço para tornar mais acessíveis aqueles conteúdos.
A atenção do pesquisador Bradley ou dos gestores do Creative Commons, em São Francisco, ao modelo de ciência aberta não é somente uma questão ideológica. O jogo on-line Fold It, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Washinghton, está aí para mostrar que a abertura e a colaboração em rede podem acelerar a pesquisa e o desenvolvimento. Em 2011 o game foi notícia em todo o mundo quando os jogadores voluntários decifraram a estrutura de uma proteína retroviral que está diretamente relacionada ao vírus HIV. Até então os cientistas não sabiam como era tal estrutura, e isso impedia a projeção de outras moléculas que pudessem bloqueá-la. Foi o primeiro caso documentado de problema científico solucionado em parceria com jogadores, e publicado em periódicos como a Nature Structural & Molecular Biology.
Para criar desafios com tal potencial de colaboração com a ciência, uma equipe multidisciplinar, que envolve cientistas da computação, engenheiros e bioquímicos e soma nove pessoas trabalha incansavelmente sobre um jogo de quebra-cabeça. O pesquisador de pós-doutorado do Departamento de Bioquímica da Universidade de Washington Firas Khatib é uma delas e conta que mesmo depois de quatro anos de Fold It ainda surgem dilemas sobre até onde ir com a dinâmica de jogo. "Às vezes queremos adicionar algumas restrições, para manter as soluções do jogador o mais próximo da realidade, mas vemos que aquele caminho pode tornar o game menos divertido ou mais lento", diz ele, enfatizando que abrir a ciência para quem está fora dos laboratórios requer constantemente o exercício de ponderar sobre quais experiências serão oferecidas.
Quando a experiência "vale a pena", o público não vai embora, e segue colaborando, até que, num formato de comunidade, atingem resultados relevantes, como aconteceu com o Fold It, onde a proposta é montar e organizar estruturas de proteínas. "Sabíamos, em 2008, que não estávamos criando ali uma versão final do Fold It, que havia muito para ser aperfeiçoado, mas o que nos surpreende é ver que uma grande quantidade de jogadores que estava lá, em 2008, se mantém presente, e isso é excelente em todos os aspectos", comenta Khatib.
A cocriação por meio de ferramentas on-line é uma das formas de engajamento na ciência, mas não a única para o público não especializado. Além de fazer as vezes de cientista, pode-se também ser patrocinador de pesquisas. Plataformas de crowdfunding já apresentam projetos científicos, e de olho nesse nicho surgiu a Dodo, a primeira no mundo voltada exclusivamente para projetos genéticos e criada por brasileiros.
A iniciativa acabou de chegar à web, liderada pela Beagle Informatics, startup fundada pelo paraibano Vinicius Maracaja, PhD em bioinformática pela USP. Ele não pretende ser apenas um facilitador da ciência, mas também fomentar as práticas colaborativas para o estudo mesmo, por isso explica que outra plataforma, a NimbusGene está a caminho, e por lá todas as projetos bem-sucedidos na arrecadação coletiva do Dodo terão um espaço gratuito para armazenamento de dados e estudo colaborativo.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Antologia Poética Águas Vivas 3 - O melhor da poesia evangélica contemporânea



O Projeto Águas Vivas teve início em 2009. Ele nasceu com a ideia de divulgar a boa produção de poetas evangélicos contemporâneos, do Brasil e de Portugal, estreitando os laços entre autores e leitores, através da democratização do conhecimento que o livro eletrônico e gratuito proporciona. E ainda incentivar a produção, a um tempo insuflando conteúdo e ampliando o espaço de publicação, tão escasso na seara literária evangélica, notadamente em sua vertente dedicada à ars poetica.

Uma das estratégias aqui adotadas é consorciar a participação de autores já de alguma maneira consagrados, ao lado de iniciantes que representam desde já boas promessas literárias. E mais que uma antologia de poesia evangélica, esta é uma antologia de poetas, pois, embora a poesia francamente cristã seja o carro chefe desta seleta, damos destaque também a textos de temática diversa, conforme a livre expressão dos autores.


No segundo volume, que veio a lume em 2011, estão antologiados os poetas: Antonio CosttaFlorbela Ribeiro,Fabiano MedeirosFlávio AméricoJorge PinheiroNorma Penido e Rui Miguel Duarte.

E agora, dando voz e continuidade à doce fruição de águas vivas que é a poesia, reunimos a literatura de oito autores: os brasileiros Francisco Carlos MachadoGeorge Gonsalves,Heloísa ZachelloJohn Lennon da SilvaJulia LemosSilvino Netto e Sol Andreazza, e o lusitano Manuel Adriano Rodrigues.

Que os versos de nossos irmãos, irmãos esses oriundos das mais diversas cores denominacionais do Protestantismo, e usuários de variados estilos de escrita, possam tocar as cordas do coração de cada leitor, entoando juntos a música (a um só tempo) devocional/sentimental/intelectual/estética, que, dentre todas as ditas Nove Artes, só a Poesia pode orquestrar.

Para leitura online ou download no site Scribd, CLIQUE AQUI.
Para download pelo site 4Shared, CLIQUE AQUI.

*Caso tenha dificuldades em fazer o download, por favor, solicite-me o envio por e-mail: sammisreachers@ig.com.br

**Você pode redistribuir (sempre gratuitamente) este e-book entre seus amigos e contatos, bem como reproduzir este post em seu site, blog ou outra mídia, sem necessidade de prévia autorização.

Sammis Reachers, organizador.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Cotação da moeda virtual Bitcoin quebra novo recorde - E você, conhece o Bitcoin?



A moeda virtual Bitcoin alcançou nesta semana o valor de US$ 47,74 (R$ 94,51), o que marca um novo recorde de valorização, de acordo com reportagem do jornal espanhol El Mundo . Atualmente, o valor total de Bitcoins em circulação no mundo gira em torno de US$ 750 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) -- resultado da multiplicação do montante de bitcoins na praça pela atual cotação do Bitcoin nosite MtGox , principal site de negociação da moeda virtual.
LEIA TAMBÉM: 

Getty Images
Com valorização forte, moeda virtual pode desafiar moedas tradicionais no futuro, dizem especialistas
O Bitcoin, moeda virtual não atrelada a governos ou bancos, foi inventado em 2009 por um programador identificado pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto, que a chama de “primeira moeda digital descentralizada”. Ao contrário de outras moedas eletrônicas, que existiam só no universo virtual (como o Linden Dollar, do Second Life), o bitcoin é usado para comprar bens reais, como a assinatura de serviços de backup em nuvem ou eletrônicos por meio da internet.
Uma das principais características do bitcoin é o alegado anonimato dos usuários. A moeda não existe de forma palpável, cada transação é somente um código alfanumérico trocado entre quem vende e compra algo. Como não há bancos ou governos centralizando as operações, elas são praticamente impossíveis de serem rastreadas. Alguns especialistas, contudo, afirmam que uma negociação de grande valor poderia ser identificada através da triangulação de informações.
O valor de mercado do Bitcoin subiu 78% nas últimas quatro semanas, passando de US$ 26,77 em 17 de fevereiro para US$ 47,68 neste domingo (17), de acordo com o site MtGox. O motivo da valorização, segundo o El Mundo, seria a compra em massa da moeda virtual por investidores de Malta, país no Sul da Europa. A reportagem não informa qual o objetivo dos investimentos, mas sugere que a valorização possa colocar o Bitcoin em igualdade de valor a moedas reais, como o Euro.
Para conseguir comprar Bitcoins, o interessado precisa baixar um programa que funciona como carteira virtual – ou usar um similar online, em sites como InstaWallet ou MyBitcoin. Depois, já é possível correr para as prateleiras virtuais – com produtos bem reais – de lojas como Bitcoin Harborou Bitcoin Shopping.
De acordo com o El Mundo, mais de 2 mil empresas já aceitam pagamentos por meio de Bitcoins em todo o mundo. No total, cerca de 25 novos bitcoins são criados a cada 10 minutos. "O dinheiro está se reinventando. Os bancos centrais abusaram de seu monopólio ao colocar o dinheiro a serviço de fins políticos e isso a economia não perdoa", disse Thorsten Polleit, economista-chefe da Degussa, ao jornal. "Por isso as moedas virtuais são uma boa alternativa."
Bitcoin no Brasil
Desde julho de 2011, o site brasileiro MercadoBitcoin permite comprar a moeda virtual no Brasil. O valor de mercado da moeda em relação ao Real, que começou em R$ 24 para cada bitcoin, agora está há cerca de uma semana em um valor aproximado de R$ 103 -- maior do que o da cotação do Bitcoin em dólar. Segundo Leandro César, representante do site, o bitcoin é descentralizado, portanto não existe uma cotação oficial. "O preço é sensível à oferta e à procura, além da disponibilidade da moeda em sua respectiva região", afirma. 
De acordo com informações do MercadoBitcoin, atualmente existem cerca de 2,5 mil usuários brasileiros cadastrados no serviço e quase 500 operações de compra ou venda de bitcoins foram realizadas nos últimos 30 dias. O site cobra 0,75% de taxa por operação de compra e venda da moeda. Operações de compra de produtos por meio da internet em geral não são taxadas.

terça-feira, 19 de março de 2013

Economistas defendem abolição do sistema de patentes



Carlos Orsi
Verdade patente
O sistema de patentes deveria ser abolido, porque sufoca a inovação, e a vantagem de chegar primeiro ao mercado com uma nova tecnologia já é suficiente para garantir ao inventor o retorno de seu investimento.
A afirmação está no artigo de autoria de dois economistas do FED, o banco central dos Estados Unidos, publicado na edição de inverno de 2013 do periódico Journal of Economic Perspectives.
De acordo com Michele Boldrin e David Levine, que também são autores do livro Against Intellectual Monopoly(Contra o Monopólio Intelectual), publicado em 2008 e que põe em questão o valor social não só das patentes, mas também dos direitos de propriedade intelectual como o copyright de músicas e filmes, "não existe evidência empírica de que as patentes sirvam para aumentar a inovação ou a produtividade, a menos que se identifique produtividade com o número de patentes concedidas".
Eles afirmam que não há correlação entre o número de patentes e a produtividade real da economia.
Outro artigo publicado na mesma edição do periódico, de autoria de Petra Moser, da Universidade Stanford, faz uma análise da história da relação entre inovação e leis de patentes e chega a uma conclusão parecida: "No geral, o peso da evidência histórica (...) indica que políticas de patente, que garantem fortes direitos de propriedade intelectual às primeiras gerações de inventores, podem desencorajar a inovação".
Abolição das patentes
"A solução que propomos é abolir as patentes por completo, e identificar outros instrumentos legislativos menos abertos ao lobby e ao rentismo, para estimular a inovação onde houver clara evidência de que a plena liberdade de mercado não a fornece em escala suficiente", escrevem Boldrin e Levine em seu artigo.
O diretor da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, Sérgio Salles-Filho, que também é professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da universidade, embora concorde com a ideia de que as patentes precisam de uma melhor regulação e de que o sistema atual caminha para se tornar um "anacronismo", não acredita que os autores tenham comprovado a tese de que as patentes atrapalham a inovação.
"Existe uma diferença imensa entre dizer que a inovação não acompanha o ritmo dos patenteamentos e provar que as patentes atrapalham a inovação", criticou.
Para dar suporte a seu argumento, os dois autores citam o que chamam de "enigma das patentes": "a despeito do imenso aumento no número de patentes e na força da proteção legal, a economia dos EUA não assistiu nem a uma aceleração dramática da taxa de progresso tecnológico, nem a um aumento significativo dos níveis de investimento em pesquisa e desenvolvimento".
Eles afirmam que o "enigma" é consistente com a ideia de que o poder de monopólio concedido por uma patente é um incentivo menor do que o oferecido pela competição, ou pela vantagem de ser o primeiro a desbravar uma tecnologia.
Os dois autores oferecem alguns dados em apoio à tese, afirmando que, no período de 1983 a 2010, o volume de patentes concedidas nos Estados Unidos dobrou duas vezes, indo de 59 mil para 244 mil, enquanto os gastos com pesquisa e inovação, e os ganhos de produtividade do trabalho, nem de longe acompanharam esse ritmo.
Sufocando a inovação
"A recente explosão de patentes (...) não trouxe nenhuma explosão adicional de inovações úteis ou produtividade", denunciam. "Em indústrias como biotecnologia e software - onde a tecnologia já estava prosperando sem elas - as patentes foram introduzidas sem nenhum impacto positivo na inovação".
A evidência histórica, afirmam, sugere que "um sistema fraco de patentes pode estimular um pouco a inovação, com poucos efeitos colaterais" mas que um sistema forte de defesa da propriedade intelectual "retarda a inovação, com muitos efeitos negativos".
Para Boldrin e Levine, embora um sistema de patentes ofereça, num primeiro momento, o incentivo para inovar, no longo prazo esse mesmo sistema tende a sufocar a inovação: "a existência de um grande número de monopólios criados por patentes concedidas no passado reduz os incentivos para a inovação no presente, já que os inovadores atuais estão sujeitos à constante ação legal e às exigências de licenciamento dos detentores de patentes".
Patentes como armas
Um caso citado no artigo é o da compra da Motorola pelo Google, "primariamente por seu portfólio de patentes, não pelas ideias e inovações contidas nesse portfólio".
"Poucos, se algum, aperfeiçoamentos ou mudanças no sistema operacional Android do Google resultarão da compra ou do estudo dessas patentes", preveem os autores. "O objetivo do Google em obtê-las é meramente defensivo: podem ser usadas contra a Apple e a Microsoft, tirando força de seu ataque legal ao Google".
Eles concluem que "essa análise de aplica a um amplo espectro de patentes: não representam inovação útil, são apenas armas numa corrida armamentista".
Segundo a análise de Boldrin e Levine, o sistema de patentes representa um problema grave para os inventores do futuro. Com tantas licenças a adquirir e a incerteza quanto ao sucesso da nova criação no mercado, cada detentor de patente busca subir o preço de seu componente, o que eleva os custos para os demais detentores de patentes, tornando todo o sistema de licenciamento ineficiente, do ponto de vista econômico.
Como exemplo de que as vantagens de ser o primeiro a oferecer uma nova tecnologia ao mercado superam as de ter uma patente, os autores citam o caso do iPhone. "A Apple obteve lucros enormes nesse mercado antes de enfrentar qualquer competição substantiva", lembram. "O primeiro iPhone foi lançado em junho de 2007. O primeiro concorrente sério, o HTC Dram, com Android, saiu em outubro de 2008. Nesse intervalo, mais de 5 milhões de iPhones já tinham sido vendidos (...) No mercado de tablets, o iPad não tinha concorrente sério até o fim de 2012, a despeito de ter sido lançado em abril de 2010".
Indústria farmacêutica
Boldrin e Levine reconhecem o que chamam de "argumento padrão" da indústria farmacêutica: "sem patentes, sem drogas". No ano passado, publicações como a revista Nature e o jornal Financial Times chegaram a produzir reportagens sobre o "abismo de patentes" que estaria ameaçando a indústria farmacêutica, com o vencimento do monopólio sobre diversas drogas altamente rentáveis, abrindo caminho para a concorrência dos genéricos.
O "argumento padrão" tem como base o alto custo de pesquisa e desenvolvimento de uma nova droga, incluindo, principalmente, a fase de testes em seres humanos. Os autores do artigo citam dados de que o preço total de pôr um novo medicamento no mercado "aproxima-se rapidamente da marca de US$ 1 bilhão".
Boldrin e Levine sugerem que o monopólio garantido pela patente seja substituído por um outro tipo de incentivo, seja o financiamento público dos testes de Fase 3, realizados para demonstrar a eficácia de uma nova droga, ou pela autorização da venda de medicamentos, a preço de custo, depois de eles terem sido provados seguros, mas antes de serem provados eficazes.
"As empresas farmacêuticas poderiam vender novas drogas a 'preço econômico' até que a eficácia fosse comprovada, e poderiam passar a cobrar preços de mercado depois disso", explicam.
Também argumentam que o temor de que os genéricos sufocariam de imediato a lucratividade de novas drogas, caso as patentes sejam abolidas, pode ser infundado, já que as versões genéricas chegam ao mercado imediatamente após o fim da proteção patentária.
"Isso ignora o fato de que [no sistema atual] os fabricantes de genéricos têm mais de uma década para fazer a engenharia reversa do produto, estudar o mercado e montar linhas de produção", dizem os autores, citando um estudo que sugere que pelo menos quatro anos são necessários para que uma cópia de um medicamento chegue ao mercado, após a introdução do original.
"A vantagem do pioneirismo no mercado farmacêutico é maior do que se imagina", concluem.
Pressão política
Pressão política é um dos fatores que fazem com que sistemas de patentes tornem-se contraproducentes ao longo do tempo, diz o artigo. "As pressões político-econômicas tendem a beneficiar os detentores de patentes que estão em boa posição para fazer lobby (...) Isso explica por que a exigência política por proteção mais forte às patentes vem de indústrias e empresas velhas e estagnadas, não de novas e inovadoras".
Entre as sugestões apresentadas no final do artigo, está a de reduzir o tempo de validade das patentes paulatinamente; caso a redução prejudique a inovação, o processo pode ser revertido. Também se propõe que "pare a maré crescente" de itens considerados patenteáveis, e que a legislação antitruste passe a limitar as patentes de setores onde elas estejam atrapalhando a inovação.