quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quase à Guisa de Bertold Brecht, poema de Joanyr de Oliveira




Os donos da indústria bélica
louvam a destreza das máquinas
em seus partos desvairados
de canhões, morteiros, bombas,
fuzis, metralhas e lâminas
nos campos da guerra.

Aplaudem os genocídios,
freneticamente. Brindam à saúde
de suas contas bancárias.
Os donos da indústria bélica,
sem olhos para os órfãos,
sem tímpanos sensíveis
ao clamor lancinante
das noivas e viúvas.

Os donos da indústria bélica,
parceiros de corvos, de abutres,
brindam ao regozijo das trevas
nos campos de batalha,
a sorver na mais funda sofreguidão
o sangue dos mortos.

Joanyr de Oliveira
in Tempo de Ceifar (2002 Thesaurus Editora)

via blog http://liricoletivo.blogspot.com/

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